O diretor da consultoria, Alcides Torres, avaliou que o texto é o melhor possível. Segundo ele, um resgate, principalmente, dos pequenos produtores que, se não fosse feito, comprometeria, por exemplo, o que foi investido em reforma agrária pelo Brasil até hoje. Torres argumentou, no entanto, que o novo Código “impõe” ao agronegócio uma redução da renda.
– E a gente está nesse negócio para ganhar dinheiro. Essa história produzir alimentos para a humanidade é consequência – declarou Torres, criticando também a fiscalização ambiental no Brasil.
O gerente de análise de mercado do Frigorífico Minerva, Fabiano Tito Rosa, avaliou que a proposta que volta a ser discutida na Câmara dos Deputados é “severa” com o agronegócio. Na avaliação ele, há uma forte pressão contra o setor no país.
– É um absurdo alguém dizer que esse Código é ruralista. O agronegócio vai perder área e vamos ter isso no momento em que se discute inflação de alimentos – ponderou o analista.
Problema cultural
O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, ressaltou apenas que o novo Código é importante para dar mais segurança para o produtor rural.
– Parar com esse negócio de só aplicar multas – disse Celidônio, dizendo que 62% das áreas no estado de Mato Grosso estão preservadas.
Otávio Celidônio avaliou, no entanto, que existe no Brasil uma “cultura” de dizer que o produtor rural é um “destruidor da natureza”. E relatou saber de casos de filhos de produtores rurais que questionaram os pais depois de terem ouvido afirmações com essa conotação.
– Essa cultura é preocupante. Não existe agricultura e pecuária melhores que a brasileira, com boi verde, reserva legal, Áreas de Preservação Permanente. Temos que divulgar mais – defendeu.
Representante da Agropecuária Santa Bárbara, Fábio Dias elogiou o texto do novo Código Florestal. Ele concordou com a tese de que falta promoção do agronegócio brasileiro e afirmou que cabe ao próprio setor fazer a propaganda. De acordo com Dias, as críticas ao setor são fruto de um distanciamento maior entre a sociedade urbana e rural.
– A conversa dos ambientalistas, como está hoje, é infantil, é papo de quem vive de mesada. Mas a conta dos alimentos vai chegar e a conversa deve ir para um segundo nível – analisou.
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