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Com força, protestos paralisam rodovias pelo oitavo dia

Trânsito é intenso no Triângulo Mineiro, onde vários caminhões de ração não conseguem chegar ao destino; Veja a galeria de fotos das mobilizações da semanaA mobilização de caminhoneiros que protesta contra o reajuste do diesel e os baixos preços pagos pelo frete chega, nesta quarta, dia 25, ao oitavo dia com força no Brasil.

Ao menos 11 Estados registraram paralisação hoje: Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará e Bahia. O acesso ao Porto de Santos está liberado. Segundo a Reuters, rodovias federais têm 97 bloqueios.

A Justiça Federal da Bahia determinou o desbloqueio das rodovias federais do Estado. O Poder Judiciário do Rio Grande do Sul e o de Minas Gerais já tinham atendido em liminar o pedido da Advocacia-Geral do Estado para que as vias nos Estados também fossem liberadas. Caso a decisão seja descumprida, há multa de R$ 50 mil por hora de ocupação indevida ao sindicato, ao presidente do sindicato e “a qualquer pessoa que infringir a liminar após o prazo”.

>> Confira quais rodovias estão paradas

A Justiça do Rio Grande do Sul determinou o desbloqueio de trechos das BRs-293, 116 e 392, com multa de R$ 5 mil por hora de permanência. Em Minas Gerais, a multa prevista para caminhoneiros é no valor de R$ 5 mil por hora por pessoa física – por cada caminhão – e R$ 50 mil por hora no caso de instituições organizadoras.

A situação é crítica para agricultores de Sinop (MT), que informam que estão há quatro dias sem diesel e a colheita está parada. Ontem, caminhoneiros bloquearam a BR-116 em Feira de Santana, na Bahia, onde está prevista para hoje  a entrega de unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida pela presidente Dilma Rousseff.

A manifestação, começou na BR-163, em Mato Grosso, na semana passada. A via responde por 70% do escoamento da produção agrícola do Estado.

SUSPENSÃO DE ABATES

Apesar da determinação da Justiça, a situação na região de Uberlândia está tensa. Na BR-365, pela manhã, um caminhão de frangos estava parado no trevo de Uberlândia e Monte Alegre (MG), sem conseguir ir para Goiás. A Associação dos Granjeiros Integrados do Triângulo e Alto Paranaíba (Agritap) informa que produtores buscam apoio porque os caminhões de ração não conseguem chegar ao destino. Acessos de Minas Gerais a Goiás estão bloqueados.

A JBS, maior frigorífico do Brasil, suspendeu o abate de frangos e suínos em oito plantas industriais de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. As indústrias ainda em atividade nestes Estados operam com ociosidade entre 30% e 40%. Diante da continuidade dos protestos, a companhia alerta para a possibilidade de problemas sanitários nas unidades afetadas, em virtude da falta de ração, e para o possível desabastecimento no atacado.

MOVIMENTO

O movimento dos caminhoneiros é defendido por produtores rurais e sindicatos, e as reivindicações vão além do preço do diesel (reajustado este ano pelo governo federal), contemplando reclamações pontuais de cada Estado, como o preço do pedágio no Paraná e a condições precárias das estradas em Mato Grosso. Muitas regiões do país já enfrentam desabastecimento de óleo diesel, agroindústrias anunciam falta de ração, fábricas dispensam funcionários e até o preço da soja em Chicago já aumentou diante dos problemas logísticos no Brasil. 

Hoje, o setor aguarda uma posição do governo federal, que se pronunciou ontem pela primeira vez e anunciou quevai mediar uma mesa de negociações entre empresários e caminhoneiros, mas adiantou: não reduzirá o preço do diesel. A primeira reunião deve acontecer às 14h, em Brasília (DF).

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