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A seca histórica que hoje atinge os Estados Unidos trouxe prejuízos aos produtores rurais da região. De acordo com o dirigente da Associação de Soja de Illinois, Ken Dalenberg, a média de produtividade do milho nesta safra será menor que 100 bushels por acre, medida usada nos Estados Unidos. Convertida, equivale a cerca de 105 sacas por hectare. Em algumas propriedades no sul dos EUA, este número pode cair pela metade (50 bushels por acre ou 52,5 sacas por hectare).
– A situação está bastante crítica. Por causa das condições climáticas, plantamos mais cedo – explicou Dalenberg. Segundo o americano, a última vez que choveu intensamente na região foi em junho de 2011.
Seguro agrícola
De acordo com a Aprosoja, os produtores da região investem em seguro contra situações extremas, como a seca, para amenizar os prejuízos. Segundo o organizador do Intercâmbio da Soja, Ricardo Arioli, cada produtor investe cerca de US$ 30 por acre para que, em caso de desastres naturais como uma seca prolongada, o governo retorne um percentual calculado com base no referencial de preço do cereal praticando no mês de fevereiro e também na média de produtividade dos últimos dez anos.
– Ao contrário do Brasil, nos Estados Unidos o seguro agrícola contempla preço e clima e realmente garante segurança ao produtor, para que ele fique protegido contra os dois principais fatores influenciadores na renda – destacou Arioli.
Impacto na produtividade
A Associação de Soja de Illinois acredita que a expectativa de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) será revisada para baixo. Segundo último relatório do USDA, a safra 2012/13 de milho está estimada em 273 milhões de toneladas.
– Neste ano não devemos chegar a dez bilhões de bushels, cerca de 254 milhões de toneladas – afirmou Ken Dalenberg. Nesta situação, o preço do milho deve, obviamente, continuar alto.
Em outra fazenda visitada pela comitiva, a produtividade do milho também está baixa. Eles plantam 700 acres de milho, cerca de 300 hectares, deste total, 80% são destinados para venda e 20% para fabricação de ração para o gado. A média, segundo os proprietários, sempre ficou acima de 180 bushels por acre (189 sacas por hectare), mas nesta safra não deve passar de 90 bushels por acre, o que equivale a 94,5 sacas por hectare.
Outro problema trazido pela seca generalizada nos Estados Unidos, segundo a Associação de Soja de Illinois, é o transporte de fertilizantes para a próxima safra. Segundo Ken Dalenberg, os rios estão muito baixos e há dificuldade de navegação. Assim, estes insumos precisam ser transportados por ferrovias, que não tem capacidade de absorver mais esta demanda, além do transporte da safra.
– Se começar a chover normalmente, a situação dos rios deverá ser normalizada dentro de um ano – explicou.
Segundo a Associação da Soja de Illinois, a soja foi plantada duas semanas antes do previsto nos Estados Unidos. Embora mais resistente à seca, os produtores identificaram problemas com a oleaginosa por falta de umidade. Com as altas temperaturas, segundo Ken Dalenberg, houve o abortamento de algumas vagens. As chuvas registradas nos últimos dez dias, porém, fizeram com que as que sobreviveram começassem a produzir.