>> Complexo intermodal modifica a logística na região de Rondonópolis
No Terminal Intermodal da América Latina Logística (ALL Logística), a cada seis minutos uma carreta é descarregada e dá lugar a outra. Sistema que, segundo os caminhoneiros, agiliza o processo e vai ser bom para super safra.
São sete tombadores que funcionam simultaneamente, com autonomia de descarga de 70 caminhões por hora, uma média de 1,500 dia. O terminal também implantou um sistema de agendamento rodoviário para que a chegada de veículos seja cadenciada de acordo da capacidade de todo o sistema, impedindo a formação de filas nas rodovias.
Segundo o coordenador de Terminais ALL, Flávio José da Silva, tudo que envolve o terminal está sendo checado e pensado para a próxima super safra.
– Mesmo sendo inaugurado há pouco tempo, nós já estamos passando por algumas melhorias. Estamos fazendo uma revisão completa nos nossos equipamentos, fazendo higienizações das nossas células, reparos e melhorias nas nossas linhas de produção. Estamos nos preparando para receber toda safra do Mato Grosso – salienta.
Preço do frete
O terminal é um alívio no setor logístico, já que a estrutura é capaz de receber uma composição com 80 vagões a cada quatro horas, com o transporte médio de nove mil toneladas de grãos por trem. Isso significa a retirada de 260 caminhões das rodovias. Mas de acordo com o presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis, Miguel Weber, o frete cobrado pela empresa está além do que era previsto para um transporte ferroviário.
– A reivindicação do nosso Sindicato e das outras entidades do setor, é que o produtor rural possa fazer o seu frete, utilizando o espaço da ALL Logística. Ele mesmo fazendo a sua conta e não ficando nas mãos de grandes players como acontece hoje – salienta
Os produtores querem mudanças nas altas taxas cobradas pelo transporte da produção, seja escoando via trem ou caminhão. O diretor da Sementes Carolina, Luiz Sérgio, acredita que a concorrência poderia diminuir os custos.
– Infelizmente nós vamos ter que pagar essa conta de novo, porque alguém vai pagar essa diferença do frete. Se você fizer uma analogia, vai ver que hoje a ferrovia é até mais cara que o transporte de caminhão. É preciso criar concorrência, principalmente no médio norte, porque aí o terminal aqui vai ter que baratear o custo para ter movimentação de carga, senão vai sair toda por cima. Hoje 60% da soja de Mato Grosso sai pelo médio norte – diz.
Segundo a ALL Logística, a tarifa ferroviária é sempre balizada pela tabela rodoviária e por todos os custos logísticos inerentes ao transporte, considerando questões como o volume de carga, a frequência e a necessidade de cada cliente. Ainda de acordo com a empresa, os produtores negociam diretamente com as trandings, que repassam a eles custos com a logística, operação portuária, entre outros.