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A rentabilidade de sua lavoura pode dobrar. Saiba como:

Separamos aqui algumas dicas que dão mais força ao produtor na hora da comercialização. São estratégias que passam por manejo adequado, organização do sistema de produção, custos para implantação de lavouras e como potencializar tudo na hora de vender

A rentabilidade de sua lavoura pode dobrar. Saiba como:

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Muitos dizem que não existe uma receita para se dar bem na agricultura. Entretanto, com o avanço dos estudos, tecnologias e opções de comercialização e de manejo, é possível dizer que, sim, há uma receita para plantar e ganhar dinheiro com isso. Já existe, inclusive, uma longa pesquisa de 10 anos sobre a rentabilidade no campo e a necessidade de o produtor adquirir a chamada “visão de sistema”, que consiste em projetar e preparar a fazenda para um contínuo processo de produção.

O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Mauro Osaki relata que o produtor brasileiro está acostumado a projetar separadamente a safra de verão e inverno. O ideal é pensar no longo prazo, com algumas estratégias que até são usadas individualmente pelos produtores, mas que juntas podem até dobrar a rentabilidade. Vamos a elas.

Projeção de safra

Independentemente do momento econômico que o setor enfrenta, Osaki ressalta que o produtor precisa mudar o jeito de projetar a sua safra. “Muitas vezes, a preocupação é ter alta produtividade e, após a colheita, verifica-se a margem. Mas o ideal é pensar: ‘Se eu tiver tal produtividade, qual será minha margem?’. Isso porque não adianta nada produzir 70 sacas com custo de 69 sacas. Isso não faz sentido”, destaca ele. “Em 2010, a média era de 50 sacas e sobrava mais dinheiro que hoje.”

Custo de produção

Adotar novas tecnologias pode até representar aumento na produtividade, mas isso também eleva o custo de produção. Segundo o pesquisador da Embrapa Henrique Debiasi, a primeira preocupação que o produtor deve ter é com o manejo das lavouras, já que isso pode render uma economia superior a R$ 130 por hectare. “Acredito que apenas uns 10% dos produtores do país usem o sistema plantio direto como a pesquisa preconiza. Se perguntar, a maioria diz que faz o plantio direto, mas na verdade poucos seguem à risca o manejo correto. Esse montante, se bobear, pode ser até menor. Estou sendo otimista”, afirma ele.

O manejo ideal, com enraizamento mais profundo, palha e diversificação de culturas, traz uma boa economia, diz o pesquisador. “Só com herbicidas, o produtor chega a economizar R$ 130 por hectare. Isso porque se reduz a incidência da buva e do capim-amargoso. Essas plantas daninhas precisam de luz para se desenvolver e, como a braquiária deixa muita palhada, as invasoras não têm o melhor ambiente para germinar e se fortalecer. Em termos de resistência, é um ganho inestimável”, ressalta.

Um estudo recente da Embrapa afirma que essas plantas invasoras chegam a aumentar os custos da soja em 222%, nas infestações mistas de buva e capim-amargoso.

Implantação das lavouras

A primeira dica dos especialistas é que o produtor pense e faça a rotação de culturas como a pesquisa indica, ou seja, não restrinja as semeaduras entre soja, milho e trigo. Isso irá gerar maior volume de palhada, melhor enraizamento e infiltração de água no solo, segundo o pesquisador da Embrapa Henrique Debiasi. O resultado pode ser uma produtividade bem maior.

1 – Aumentar e preservar quantidades de matéria orgânica;

Debiasi destaca o papel da matéria orgânica no solo, que só com a rotação de culturas e manejo é que se consegue um resultado adequado. “Isso não vem em uma bag, é preciso produzi-la. Observamos que é possível aumentar de 12 a 15 sacas de soja a cada 1% de matéria orgânica acrescentada. Sem falar que isso ainda irá gerar uma economia no uso de adubo fosfatado”, explica ele.

2 – Alterar a estrutura dos solos por meio da agressividade de diferentes raízes;

Além da manutenção da matéria orgânica no solo, o pesquisador também dá ênfase à importância do enraizamento no sistema. “Não da soja, mas sim das demais plantas que compõem o sistema de plantio direto. Temos pesquisas aqui na Embrapa que comprovam que a raiz da braquiária é mais importante que a própria cobertura, já que ela melhora a parte física do solo, aumentando a infiltração e retenção de água”, diz Debiasi.

3 – Manter os solos cobertos com palha durante todo o ano e, principalmente, produzir uma diversidade biológica. Evitar o pousio!

Segundo ele, em comparação ao pousio (quando não tem nada na área), que ainda é uma realidade em muitas regiões, como no Matopiba, observou-se que a produtividade dobrou usando a braquiária. “Na verdade, não aumentou a produtividade, deixou de perder apenas, já que o pousio não traz nada de bom para aquela área. Desse incremento, 70% foi trazido pelas raízes e 30% pela palha”, conta.

Comercialização profissionalizada

Depois de projetar e estabelecer lavouras sustentáveis e produtivas, é hora de transformar isso em dinheiro. Mas, muitos produtores não dão a devida atenção para isso e colocam todo esse trabalho anterior em xeque.

“De 2007 até 2011, a rentabilidade do produtor girava em torno de R$ 450 por hectare. Isso mudou de 2012 a 2016, e saltou para mais de R$ 1 mil por hectare, fazendo com que muitos produtores acreditassem que essa seria a nova realidade. Só que, em 2017 e neste ano, os patamares de rentabilidade voltaram para os registrados antes de 2012”, diz Osaki, do Cepea.

Há bastante tempo todos os especialistas em agronegócio vêm alertando os produtores rurais sobre a importância de melhorar a comercialização da safra para garantir uma renda melhor. Fazer trocas, segurar estoque para vender depois ou mesmo travar preço junto às tradings não são métodos tão rentáveis assim. Melhor do que todos esses, são os contratos de opções, travamento do câmbio e acompanhamento de fatores que afetam diretamente os preços, como oferta, demanda e clima.

Segundo Rafael Pereira, analista de riscos de mercado da Cooperativa Agrária, hoje o mercado é muito dinâmico, e obter todas essas informações rapidamente é fundamental para se antecipar e conseguir bons negócios. “Uma ferramenta da Bloomberg traz todas as informações possíveis, para que tenhamos a possibilidade de entender o cenário atual e como podemos nos posicionar para melhorar nossas negociações. Nela temos acesso às cotações nas bolsas de commodities, câmbio, clima, oferta e demanda, entre outros”, diz.

 

Veja 10 vantagens da ferramenta profissional de mercado que fará sua comercialização decolar, contando com a opinião de cooperativas e empresas:

1 – Travamento de câmbio via leilão, sem pagamento de corretagem

Por muitos anos, o produtor foi obrigado a ter um intermediador para travar o câmbio de sua venda. Usando uma plataforma profissional, o produtor irá leiloar em tempo real o componente dólar de sua venda junto aos bancos com os quais trabalha. Apenas dessa forma, ele terá total transparência da negociação e saberá que não está pagando corretagem a um terceiro.

Exemplo de leilão de venda de 5 milhões de dólares.

Economia de R$ 25.000,00 por ter fechado na maior taxa. Registro permanece gravado por 7 anos.

Exemplo de leilão de 5.000 Toneladas de soja base Rondonópolis/MT

2 – Venda de produto físico via leilão, sem pagamento de corretagem

Da mesma forma que executado para o leilão de câmbio, o produtor poderá vender sua produção diretamente para os compradores que ele escolherá, sem intermediação. Essa plataforma permite leiloar a produção aos compradores com os quais o produtor tem relacionamento. Essa execução em tempo real permite visualizar os maiores preços oferecidos sem que o agricultor deixe seus lotes com preços de indicação.

3 – Usar o mercado de derivativos como seguro de preço

Vamos supor que o preço da soja está em um determinado patamar, e o produtor acredita que o preço ainda pode subir mais ou mesmo tem receio de que, quando colher, os preços estejam mais baixo que os atuais. Nesses dois casos, o mercado de derivativos oferece contratos de Opção de Venda ou de Compra, que garantem preços mínimos ou participações na alta, não deixando-o exposto a oscilações de preço comuns no setor

4 – Previsão climática local e internacional

O conhecido ”mercado de clima” traz severas oscilações de preço nos mercados agrícolas em todo o mundo. Estar ciente de tais nuances faz a diferença entre vender na alta ou na baixa. Seja para decisões de plantio ou colheita, ou para antecipar o impacto do clima nos preços, o terminal traz previsões e histórico climático locais e globais.

5 – Monitoramento de margem de esmagamento nos destinos

Com essa opção, o produtor terá acesso a informações relativas à demanda nos principais destinos compradores. Ao saber se a margem está positiva ou negativa na China ou na Europa, o produtor terá boa leitura do apetite de compra nas origens (exemplos: Brasil, Argentina, EUA) e poderá posicionar sua decisão de venda.

6 – Comparação de preços nas origens competidoras

O produtor brasileiro compete com o argentino, o americano e o ucraniano em mercados como soja, farelo de soja, milho e algodão. Essa comparação se dá ao medir os preços nos respectivos portos. Ao saber que seus concorrentes estão mais ou menos agressivos na comercialização, o produtor poderá ajustar sua decisão de venda.

7 – Acompanhamento de previsões e estatísticas oficiais e boletins de safra

O terminal publica em tempo real as estimativas de safra do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), assim como as expectativas dos agentes de mercado. Também são disponibilizados boletins de safra e previsões de órgãos não governamentais.

8 – Carregamento de dados financeiros proprietários para correlação comercial

Todo produtor mais profissionalizado possui muitas planilhas próprias com históricos de gastos (custeio, relações de troca, insumos) que, juntas, dão rumo às projeções do negócio. A plataforma da Bloomberg aceita a introdução dessas informações no sistema, tornando-as possíveis de correlação com dados de mercado e visualização por gráficos.

9 – Histórico dos preços dos fretes (rodoviário e marítimo), além do geo-posicionamento das embarcações nos portos

Essa é uma ferramenta fundamental para o bom andamento dos negócios, já que com ela o produtor consegue se planejar antecipadamente em relação à logística da safra. Além disso, a ferramenta oferece uma atualização rápida da situação dos navios nos portos. Isso facilita até encontrar boas oportunidades de negócios. O impacto desta análise traz uma melhor compreensão dos estoques (oferta e demanda).Ajuda na decisão de armazenagem para venda fora do pico de safra.

10 – Histórico de preços domésticos com mais de 20 anos de dados

Possuir um longo histórico de preços físicos no Brasil e determinar se, normalmente, um período têm preços mais altos ou baixos pode representar a diferença entre se posicionar no mercado e aproveitar o momento, ou atuar com atraso e seguir o que a maioria já está fazendo. Esse histórico de preços pode ser analisado em qualquer moeda e decomposto entre componente Bolsa (Chicago), prêmio de exportação, custos logísticos e câmbio.

 

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