A cultura do café está sujeita ao ataque de diversas pragas. Essas variam de acordo com as condições climáticas, sistema de cultivo ou desequilíbrio biológico, mas certamente podem causar danos irreparáveis.
Dentre essas pragas, o bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é a mais importante. Essa praga minadora de folhas tem potencial de devastar a lavoura e causar enormes prejuízos à produção, principalmente em lavouras jovens e em regiões com altas temperaturas e menor disponibilidade hídrica.
Assim, devido a sua ocorrência e ao alto percentual de desfolha do cafeeiro, o controle do bicho-mineiro é uma necessidade recorrente e precisa ser realizado de forma estratégica.
Bicho-mineiro: muitos prejuízos se não houver o correto controle
O bicho-mineiro é uma praga que apresenta elevado potencial de reduzir a capacidade produtiva do cafeeiro, caso não seja devidamente controlado. Essa queda de produtividade varia de acordo com a intensidade, duração, idade do cafezal e época de ocorrência.
Os ataques provocados pela praga causam redução da área foliar fotossintética, através das minas, e, na maioria das vezes, provoca grande queda de folhas, reduzindo a produtividade. Os danos podem ser ainda mais prejudiciais em plantas mais novas. Já em plantas que se encontram na fase de produção, a infestação tende a ser maior no terço superior, sendo os danos também altamente prejudiciais à cultura.
O ataque do bicho-mineiro tende a ser mais agressivo nos períodos mais secos do ano, aumentando a partir de junho e atingindo seu pico em outubro, durante a florada. Os meses de março e abril também podem presenciar aumento do ataque dessa praga, essencialmente quando se verificam veranicos em janeiro ou fevereiro.
Dessa forma, diversas pesquisas indicam que a ocorrência do bicho-mineiro está condicionada a diversos fatores. Entre eles destacam-se:
- Condições climáticas, sendo que maior precipitação pluvial e a umidade relativa influenciam negativamente a população da praga. A temperatura, por sua vez, exerce influência positiva;
- Presença ou ausência de inimigos naturais como parasitas, predadores e patógenos;
- Lavouras com espaçamentos maiores que favorecem a infestações dessa praga.
O prejuízo mais imediato do bicho-mineiro é a queda de produção. Resultados de pesquisa da Embrapa mostraram os danos da praga podem acarretar uma queda de até 67% de folhas do cafeeiro, na época da primeira florada, podendo provocar redução no momento da colheita de aproximadamente 50%.
Nas regiões onde há altas infestações do bicho-mineiro, os cafezais tendem a apresentar uma longevidade muito menor, exigindo até dois anos para a recuperação das lavouras seriamente desfolhadas na seca por essa praga.
Como controlar o bicho-mineiro?
A chave para o controle do bicho-mineiro no cafezal é o constante e eficiente monitoramento. Nesse monitoramento, um técnico deve inspecionar as lavouras constantemente para verificar, por meio de amostragens:
- A presença de ovos e lesões nas folhas e a presença de pequenas mariposas, que voam quando as folhagens são tocadas;
- A porcentagem de folhas atacadas nos terços médios e superior das plantas. Nesse cálculo, considere só as lesões intactas com lagartas vivas. Lesões rasgadas por vespas não devem ser contadas.
Também é importante que o técnico esteja bastante atento às áreas com maior risco de infestação. Essa atenção é importante porque o ciclo da praga pode encurtar, fazendo com que a infestação aumente rapidamente.
Nesse cenário, conhecer o histórico da área e estar sempre atento as condições climáticas são essenciais, permitindo a realização do monitoramento e controle na época adequada.
Controle químico do bicho-mineiro e a eficiência dos inseticidas de solo
O controle químico do bicho-mineiro é bastante viável do ponto de vista econômico, sendo por isso o principal método para controle dessa praga. Porém, é imprescindível que se conheça o clima da região, além da época em que esse método de controle deve ser iniciado.
Além disso, o controle químico dessa praga costuma ser realizado por meio da aplicação de inseticidas sistêmicos granulados no solo e/ou inseticidas em pulverização, sendo a primeira possibilidade a mais adotada e que apresenta maior eficiência.
Esse grupo de inseticidas é recomendado para regiões cujo clima é favorável ao bicho-mineiro. Nessas regiões, o cafeicultor deve investir no controle preventivo da praga no período chuvoso, ocasião em que a infestação do bicho-mineiro é muito baixa.
Aplicações complementares, como no período chuvoso anterior, são também muito importantes e quase sempre necessárias para regiões mais quentes. Elas visam prevenir o pico populacional do bicho-mineiro de abril/maio, mantendo a infestação mais baixa e impedindo que ocorra uma “explosão” no período seco do ano, cujo pico populacional ocorreria em setembro/outubro.
Inovações no controle do bicho-mineiro
O mercado de controle de pragas do café tem crescido bastante nos últimos anos, com muitas pesquisas e inovações técnicas que ajudam o cafeicultor a não perder o controle de todo tipo de praga.
Essas inovações também chegaram aos inseticidas para controlar o bicho-mineiro, principalmente com o desenvolvimento de um inseticida único capaz de controlar o bicho-mineiro com grande eficácia.
Esse novo produto desembarcou recentemente no Brasil e quando aplicado no solo, pela alta sistemicidade que apresenta, controla o bicho-mineiro de maneira efetiva, além de apresentar maior residual.
Com esse produto, o cafeicultor terá à disposição uma moderna tecnologia, que, além de promover o controle da praga, é uma nova opção para o manejo de resistência, agregando valor em todo o ciclo produtivo desta cultura.
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