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Chuva antes do previsto prejudicou a safra do café

Chegada antecipada das chuvas de primavera em 2018 desorganizou o calendário do café no sul de Minas Gerais, afetando a qualidade da colheita em 2019

flor de café
Foto: shutterstock

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Carmem Lúcia Chaves de Brito não tem boas lembranças de agosto do ano passado. A cafeicultora do município de Três Pontas, no sul de Minas Gerais, esperava para o final de setembro as chuvas que sempre marcam a fase da florada do café. Mas a chuva pegou a todos de surpresa, e se antecipou em pelo menos 30 dias, pegando um período fundamental para a uniformidade e a produtividade dos frutos.

“A florada do café normalmente acontece no final de setembro, período em que 70% a 80% das plantas florescem de forma única, trazendo uniformidade aos frutos. Ano passado a chuva chegou um mês antes e continuou irregular durante todo o segundo semestre. Foi ruim para os cafezais, que acabaram desorientados e tiveram floradas de agosto a dezembro”, relembra a produtora mineira, que cultiva 220 hectares de café na Serra da Mantiqueira.

No mês de agosto, a planta se encontra num ciclo natural denominado gema floral. Essa é uma fase de dormência sem água por um bom período. O estresse hídrico é bom para o café quando se estende até a primavera, estação que traz a chuva na hora certa e abre uma florada uniforme nos cafezais.

Os problemas climáticos do ano passado desorganizaram não só o período da florada, mas todo calendário da safra. Com a chuva fora de época, não houve maturação única. A mesma lavoura tinha, lado a lado, plantas com estágios muito diferentes de desenvolvimento. Algumas estavam ainda virando grãos, outras tinham grãos já secando, e num estágio mais avançado, havia grãos caindo no chão de tão maduros.

“A safra passada vai ser de baixa qualidade. Ao contrário da penúltima safra, ano em que o clima ajudou e o calendário foi perfeito. O estresse hídrico se prolongou até setembro e a chuva caiu na hora certa. Foi lindo, o processo da florada todo uniforme, os grãos se desenvolvendo ao mesmo tempo”, lembra a cafeicultora Carmem Lúcia, que está terminando de colher o café, em meio a plantas que ainda estão florescendo. “Este ano de 2019 o calendário virou uma bagunça”, resume.

Fungicida na hora certa

Um dos complicadores que a desorganização do calendário traz para os produtores de café é saber a hora certa de fazer as aplicações de fungicidas durante o período da florada.

Normalmente as pulverizações ocorrem na pré-florada e na pós-florada, num intervalo de 20 a 25 dias. A antecipação das chuvas causa dúvidas entre os agricultores. “Aplicar antes de abrir ou fazer tudo depois? Esta é uma grande preocupação para quem enfrenta esse tipo de problema”, afirma Bruno Takay, gerente de café da Syngenta.

Segundo o engenheiro agrônomo, a desorganização climática deixa os cafezais mais vulneráveis a doenças que normalmente atacam a lavoura durante o ciclo da florada, como a mancha de phoma, mancha aureolada e a cercosporiose. “Essas doenças estão diretamente ligadas a condições de temperatura e umidade, quando chove fora de hora é preciso estar ainda mais atento para proteger a florada e chumbinhos. Por isso, a presença de um profissional habilitado junto ao cafeicultor é determinante para a saúde da safra e o sucesso da colheita”, diz Takay.

Pacote tecnológico

A fazenda Caxambú, administrada por Carmem Lúcia na Serra da Mantiqueira, não ficou imune aos prejuízos causados pelo clima. Mas a situação poderia ter sido bem pior, se a família não tivesse investido, ao longo dos anos, no fortalecimento de todo o ambiente produtivo.

“Quando você tem floradas diversas, a planta tem um desgaste muito grande porque ao mesmo tempo está mandando energia para as fases da floração, da granação, do chumbinho, para o fruto que quer amadurecer, um esforço gigante por um longo tempo”, observa a produtora. “Nessa hora, um pacote tecnológico nutricional faz toda a diferença, porque o solo nutrido é mais potente e responde muito bem”, complementa.

Terminando a colheita no início do mês de agosto, Carmem Lúcia olha para frente e torce para que as chuvas deste ano cheguem junto com a primavera, no mês de setembro. “Seria o ideal, pois assim os frutos virão com uniformidade maior, consequentemente teremos uma safra com potencial qualitativo muito maior”, projeta a produtora mineira.

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