O período entre outubro e março é determinante para o sucesso da safra de cana- de-açúcar, pois são meses com ganhos expressivos de toneladas de cana por hectares (TCH). Nesse período, o clima favorece o aparecimento da broca-da-cana, propiciando um aumento do pico populacional da praga. Por isso, o monitoramento deve ser reforçado no canavial, com a utilização de armadilhas e/ou equipes para identificação de uma possível infestação.
Cada armadilha é suficiente para monitorar 50 hectares de cana. Sem ela, o mesmo monitoramento é feito por várias pessoas e mesmo assim passível de erros. “A armadilha deve ser instalada com uma fêmea de mariposa da broca, então os machos da mariposa logo são atraídos pelo feromônio exalado pela mariposa. Se a partir desse momento aparecerem mais de seis machos, é porque existe uma considerável infestação na lavoura. Então é preciso agir de forma rápida”, alerta o engenheiro agrônomo Welder Fuzita, coordenador de marketing da Syngenta.
Controle químico
Constatada a infestação, o produtor deve entrar com a primeira aplicação do químico. O ideal é a utilização de um inseticida com ação rápida, que seja seletivo e tenha um longo residual – pode variar entre 45 e 90 dias, e isso pode variar dependendo de alguns fatores externos. Por isso, após 45 dias, o canavicultor deve voltar a fazer uso da armadilha e monitorar a infestação. Caso seja necessário, ele deve entrar com mais uma aplicação de inseticida. “O monitoramento, com orientação técnica adequada, tem que ser feito durante todo o ciclo. Isso ajuda na tomada de decisão acertada”, afirma Fuzita.
Manejo integrado com o biológico
Após a aplicação do inseticida, em média de 15 a 20 dias depois da pulverização, entra em cena o controle biológico. É dele a função de combater a broca que perfurou a cana e fez galerias dentro do colmo. Essas lagartas, que por ventura não tenham sido controladas do lado fora, formam galerias no interior da cana. Nesse estágio, só o controle biológico é capaz de realizar um controle efetivo. “É muito importante a utilização de um inseticida que seja seletivo aos inimigos naturais, para que esses inimigos possam fazer o parasitismo da broca, e assim garantir um período maior de controle”, avalia o engenheiro agrônomo.
Impacto na indústria
O sucesso ou o fracasso dos produtores no combate à broca-da-cana-de-açúcar afeta diretamente o rendimento nas usinas. Quando a broca ataca, não são apenas os produtores que perdem produtividade e diminuem a renda. A indústria também sente os efeitos nocivos da lagarta, pois a cana afetada pela broca resulta numa qualidade de matéria-prima inferior, tanto para açúcar quanto para etanol.
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