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Herbicida seletivo e seguro com culturas vizinhas é eficaz no canavial

Controlar as plantas daninhas sem afetar a cana nem prejudicar lavouras próximas é um desafio para produtores de cana-de-açúcar

cana-de-açúcar
Safra de cana-de-açúcar do Brasil. Foto: Divulgação

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Ao contrário de outras culturas, como soja, milho e algodão, o maior custo na lavoura de cana-de-açúcar é para controlar as ervas daninhas. Em média, metade do dinheiro que o produtor rural gasta com insumos tem como propósito eliminar o mato que cresce fácil, dividindo espaço com a lavoura.

Isso acontece, segundo o engenheiro agrônomo Leonardo Pereira, gerente de cana-de-açúcar da Syngenta, por dois motivos. Primeiro, em função do espaçamento entre os pés de cana, que é de 1,5 metro, distância suficiente para fazer germinar uma quantidade mais do que razoável de sementes indesejadas. Segundo, porque o ciclo da cultura é de 12 meses, recebendo luz solar o ano todo.

Essa combinação entre os dois fatores favorece o desenvolvimento e faz das plantas daninhas as piores inimigas do canavicultor.

Importância do herbicida

Nesse cenário, a aplicação de um herbicida confiável se torna fundamental. “O problema é que, assim como as plantas daninhas, a cana-de-açúcar também é da família das gramíneas. E muitos produtos, ao combater o mato, acabam afetando também a cana. Ela pode ter a cor ou mesmo outras estruturas prejudicadas”, afirma o engenheiro agrônomo.

De acordo com Pereira, é necessária a utilização de um produto seletivo que elimine as plantas indesejadas com precisão, sem abalar a estrutura do canavial.

Um herbicida que tenha eficácia tanto no ciclo da cana como planta, quanto após o primeiro corte, fase chamada de “soca” em função das soqueiras. A grande maioria dos produtos é direcionada apenas para o momento posterior ao corte e não para a etapa vegetativa. “O ideal é um herbicida com raio de ação maior, que ataque nos dois momentos”, diz o agrônomo.

Ideal de aplicação

O mais recomendado é aplicar o herbicida três vezes no ciclo de um ano. Se a cana for plantada em janeiro, já se faz a primeira aplicação. Trinta dias depois, quando é preciso deixar o terreno mais nivelado, período chamado de “quebra lombo”, aplica-se novamente o produto. A terceira pulverização ocorre um ano após o plantio, já quando a colheita estiver finalizada.

“Quando a cana for plantada em junho, a recomendação é a mesma. O que muda é o intervalo entre o plantio e a fase do ‘quebra lombo’, nesse caso de 90 dias. Mas as aplicações continuam sendo realizadas no plantio, no ‘quebra lombo’ e um ano após a semeadura, no pós-colheita”, ensina Pereira.

Preocupação com culturas vizinhas

Boa parte dos herbicidas hoje disponíveis no mercado não garante a segurança considerada ideal para as culturas vizinhas da cana-de-açúcar. Quando há umidade e os produtos evaporam, formam-se as nuvens que, na hora da chuva, podem ser espalhados em lavouras próximas.

“É preciso buscar um produto confiável, que vá muito bem nas épocas mais úmidas e seja consequentemente seguro com as culturas vizinhas. Ao mesmo tempo, ele deve ser eficaz no controle das plantas daninhas. Essa é a combinação ideal a ser perseguida pelos produtores de cana”, aconselha o engenheiro agrônomo.

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