>>Equipe Soja Brasil inicia nova expedição na próxima segunda, dia 2
– A vantagem é a rotação de cultura, onde você planta milho em outra época. Você pode estar plantando trigo, feijão, milheto para melhoramento de solo, e assim você diversifica muitas áreas, controle de praga, melhoramento do adubo. Isto com irrigação – conta o produtor.
Dos 634 mil hectares do município, 52 mil são irrigados. A produtividade supera as expectativas, e a lavoura de soja em algumas áreas chegou a passar de 80 sacas por hectare.
– Você consegue porque você planta mais cedo, aproveita o ciclo. Depois pega o ciclo normal de chuva e só completa. Você não tem perda e controla as pragas porque a doença nesta fase não atinge tanto a lavoura – explica Figueiredo.
De Cristalina, a equipe Soja Brasil também foi ao município de Paraúna – o segundo em irrigação no Estado de Goiás. Por lá, a área irrigada é bem menor: 8 mil hectares. Mas o resultado também é positivo. Dos 500 hectares de soja cultivados pelo produtor Diogo Ferreira, 163 são irrigados.
O investimento é alto, mas quem apostou garante que vale à pena. A produtividade da soja é outra. Fora do pivô, vai de 50 a 55 sacas por hectare. Já a soja irrigada pode chegar a 80 sacas por hectares.
– Esta área irrigada muitas das vezes segura a ponta das áreas sequeiras. Eu produzo bem, e se alguma coisa acontecer errada nas áreas sequeiras, a área irrigada está pronta para me ajudar a levantar a média da onde eu não estou produzindo bem – conta Ferreira.
O problema não é só dele, mas também da falta de oferta de energia necessária para irrigação. O déficit em todo o Estado de Goiás é muito grande.
– O grande gargalo hoje do Estado e principalmente Paraúna, que é um município pungente na irrigação, é a energia elétrica. Hoje nós não temos a energia para irrigar mais. Eu acredito que se tivesse energia elétrica sobrando, Paraúna teria mais 1,5 mil hectares num prazo de um ano para se irrigar – afirma o presidente do Sindicato Rural Paraúna, Flávio Augusto Negrão.
E o governo tem planos ambiciosos para os próximos anos.
– Qual é o futuro desta região? Irrigar mais. Estamos trabalhando para que estes 50 mil hectares cheguem a 150 mil hectares, que nós achamos que estabilizariam entre a área que é necessária e 50% da área que se planta no sequeiro. Nós queremos chegar a 150 mil hectares – aposta o superintendente de Irrigação de Goiás Alécio Marostica.