O desentendimento teve início quando a senadora Kátia subiu o tom ao se dirigir ao procurador.
? O senhor é procurador, ganha mais de R$ 20 mil por mês, pode pagar 160% acima do preço pelos (produtos) orgânicos ? provocou.
Antes, Gisi havia rebatido uma manifestação da senadora, contrária à redução das áreas de produção agrícola. Ela havia alegado que a fome não se combate com palavras e, sim, “no cabo da enxada e com o trator”.
? Esse modelo de produção [defendido por Kátia] é o do trator, da terra arrasada e do agrotóxico ? rebateu Gisi, citando uma pesquisa segundo a qual cada brasileiro consome cinco litros de agrotóxicos por ano.
Depois que Kátia acusou o procurador de criticar os defensivos agrícolas porque podia comprar orgânicos, o senador Pedro Taques interveio, pedindo respeito ao regimento interno do Senado a fim de que os convidados para os debates sejam tratados com urbanidade.
? Esse debate emocional não deve ser trazido para o Senado. Eu não jurei respeitar o estatuto da CNA ? alfinetou, insinuando que Kátia estava lá como representante do agronegócio e não como senadora.
? E o senhor não deveria ter jurado o corporativismo de ficar aqui defendendo a sua turma ? devolveu Kátia, lembrando que Taques era procurador da República e membro do Ministério Público Federal, assim como o convidado.
? Quem tem turma é vossa excelência! ? retrucou o pedetista.