Em Primavera do Leste, município de Mato Grosso com grande produção de soja, agricultores já atingiram rendimentos de 70 sacas por hectare. O desenvolvimento de milho nas lavouras de soja – que ocorre na região há pelo menos três anos e vem aumentando sua incidência de ano para ano -, porém, está preocupando produtores, que acabam aumentando seus gastos com herbicidas.
Agricultores cultivam milho depois da soja, colhida entre 15 de janeiro ate 15 de fevereiro, o denominado, milho safrinha. Alguns agricultores optaram pelo milho BT, geneticamente modificado, no qual foram introduzidos genes específicos de Bacillus thuringienssis que levam à produção de proteínas tóxicas a determinadas ordens de insetos considerados pragas (insetos que causam danos econômicos) para a cultura.
Durante a colheita do milho, sempre caem no solo grãos que normalmente germinam, mas são eliminados na dessecação antes da semeadura da soja, ou depois da soja germinada com aplicação do glifosato. Acontece que esse milho “tiguera” ou “guaxo” não é aniquilado com aplicação do glifosato, sugerindo um milho RR.
Então a questão é que se semeou um milho BT, mas a tiguera desse milho se comporta como um milho RR. Como pode acontecer isso? Ficam duas hipóteses: a mistura de sementes de milho RR com sementes de milho BT e a polinização do milho BT com pólem de milho RR.
O fato é que há um grande problema estabelecido. Em áreas de soja, neste ano, há casos de 65% de plantas de soja e 35% de plantas de milho. Essa ocorrência esta exigindo dos agricultores gastos não previstos com herbicidas, para controle do milho “tiguera”, havendo casos em que não há mais controle. Ou seja, o milho “tiguera” se desenvolveu, cresceu e não tem mais com ser controlado no meio da lavora de soja.