>> Reveja outras reportagens da série Conheça a Raça
Francisco Vilaró Carrasco é um entusiasta da raça. Pecuarista há 20 anos, há 15 ele descobriu as qualidades do gado Piemontês.
– Eu testei várias raças no cruzamento industrial e o piemontês, que é um animal rústico, se adaptou bem à região do Mato Grosso, onde eu tenho pecuária extensiva.
O piemontês é originário de uma região isolada pelos Alpes, conhecida como Piemonte. Alguns estudiosos afirmam que a raça teve origem a partir de um cruzamento natural. Aproximadamente 25 mil anos antes de Cristo, animais zebu do Paquistão teriam migrado rumo ao norte da Itália e cruzado com um gado europeu que vivia na região. O primeiro registro datado é de 1887.
O piemontês tem porte médio, e uma característica marcante da raça é a dupla musculatura. O traseiro é avantajado, com músculos bem definidos e aparentes. Os ossos e a pele são finos, o que resulta no melhor rendimento da carcaça.
– No cruzado, o rendimento de carcaça chega a 57%. De 8% a 10% a mais que o nelore – explica Francisco Carrasco.
O pêlo branco e a pele negra, que se descobre pela coloração dos cílios e do focinho, são a herança marcante do zebu primitivo. Segundo o pecuarista, a genética da raça zebuína ajuda a suportar o calor.
No cruzamento, porém, a genética piemontês é predominante. Lado a lado com uma fêmea piemontesa, é difícil saber quem é o cruzado. O chifre e a cabeça – um pouco maiores – acabam entregando.
Para quem busca carne de qualidade, o produto final – diferenciado – é a principal vantagem do italiano piemontês. Segundo Francisco, entre as raças italianas, é a carne mais valorizada.
– A carne é muito macia, dá para cortar com o garfo não precisa nem de faca. O pecuarista que experimenta uma vez não desiste – garante o pecuarista.