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Exemplos de pastejo rotacionado pelo centro do país

Sistema melhora o desempenho do rebanho, as taxas de lotação e também a qualidade do capimUm sistema que melhora o desempenho do rebanho, as taxas de lotação e também a qualidade do capim é o pastejo rotacionado. A técnica foi criada na década de 1980, mas vem sendo aprimorada nos últimos anos e é cada vez mais utilizada pelos pecuaristas brasileiros. Na nona reportagem especial do Rota da Pecuária, confira os exemplos encontrados pela equipe.

A região de Araçatuba, no noroeste paulista, já foi a terra do boi gordo, com um rebanho de mais de 1 milhão de cabeças. Hoje, é território de cana, com uma produção aproximada de 20 milhões de toneladas na última safra. Mas foi em Auriflama que um exemplo de que a pecuária bem trabalhada pode dar até mais lucro do que a agricultura foi encontrado.

Este é o último ano da cana, de um ciclo de seis, na Fazenda Monte das Oliveiras. O pecuarista João Barbosa deve retomar somente com a criação de gado, graças ao retorno dos investimentos em genética e em manejo dos pastos, incluindo um projeto bem-sucedido de pastejo rotacionado.

Cada um dos cinco módulos de pastejo rotacionado da propriedade de Barbosa é dividido em seis piquetes, com uma praça de alimentação. O sistema implantado há três anos triplicou a lotação da fazenda, que conta com 430 hectares de pasto e um rebanho de 1,1 mil cabeças.

– Com o que investimento que fizemos na pecuária, percebemos que é muito positivo continuar na pecuária – afirma o pecuarista.

Na mesma região, outro projeto de pastejo rotacionado vem trazendo resultados positivos. Na Fazenda Bonsucesso, em Guararapes, no interior de São Paulo, foram implantados 10 módulos com aproximadamente 30 hectares divididos em quatro piquetes. Isso possibilitou aumentar a lotação da propriedade para 2,5 animais por hectare.

Além disso, o sistema melhora o escore corporal das matrizes da fazenda e aumenta os índices de prenhez. Tudo por conta do manejo dos pastos. A rotação preserva o capim, que descansa por aproximadamente um mês.

No município de Paranaíba, em Mato Grosso do Sul, a Rota da Pecuária visitou a Fazenda Casa Verde, que trabalha com um rebanho de cria. À reportagem, o pecuarista Roberto Faustino falou do projeto de transformar os 38,7 hectares da propriedade em uma área de pastejo rotacionado.

– Através do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), vai vir um técnico para fazer a reforma da pastagem. Venderei os machos e reterei as fêmeas para engorda, para agregar mais valor e obter mais renda – afirma Faustino.

Em Figueirão, também em Mato Grosso do Sul, o sistema rotacionado das pastagens já é uma realidade há 10 anos na Fazenda 3R, de Rubens Catenacci. A ferramenta é usada para um projeto de produção de bezerros de qualidade. Os 19 módulos da propriedade são em círculo, divididos em 10 piquetes iguais, com uma área de alimentação ao centro. E o capim piatã, mais nutritivo que o braquiária, é o pasto que vem sendo usado, em formato de pizza.

– Inseminamos as vacas e conseguimos 68% na IATF e 95% quando fazemos o repasse. Sem contar o peso dos bezerros, que chegam a 340 quilos ao desmame – afirma.

A implantação da técnica é mais cara, por causa das cercas e do uso maior de fertilizantes. Pode custar até o dobro do que a formação de um sistema de pastagem tradicional, que pode chegar a R$ 1,4 mil, segundo a Scot Consultoria. Mas o investimento se paga rapidamente, por meio dos ganhos de produtividade do rebanho e na qualidade dos pastos.

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