A verticalização da propriedade é o projeto que vem sendo posto em prática há um ano e meio na Fazenda Santa Bárbara, no município de Santa Bárbara de Goiás. Produzir feno foi uma das alternativas encontradas para reduzir custos com a compra de insumos. A fazenda tem uma área de 16 hectares destinada à fenação, com lavoura de capim vaqueira, uma forragem de alta qualidade, bastante resistente e com boa concentração de matéria seca.
O investimento no projeto e em maquinário foi pesado, cerca de R$ 400 mil. Os gastos acabaram diluídos com a produção, que hoje alimenta todo o rebanho de 1,1 mil cabeças da raça bahman, além de ser comercializada. Segundo o gerente da fazenda, Lucas Pacheco de Almeida, a quantia referente aos equipamentos vai ser praticamente quitada no final do ano, com a venda de excedentes.
– Esta propriedade era inviável economicamente há um ano e meio. Hoje, além de ser independente, ela fornece materiais para fora. E a fazenda só utilizou 30% de nossa sugestão. Ainda há 70% a ser implantado – afirma o gerente coorporativo de uma concessionária agrícola Davidson Mauriz.
Há três anos, a Fazenda São Francisco do Sucuruína, em Campo Novo do Parecis (MT), vem investindo na produção de feno como uma alternativa a mais para alimentar o gado na época de pastagens escassas. 35 hectares são usados para a técnica, que apresenta bons índices de produtividade.
– Usamos o capim Sudão e acabamos de fazer uma medição. Conseguimos uma produtividade de 8,5 mil quilos por hectare – afirma o agropecuarista Jesur José Cassol.
O feno produzido na fazenda é usado por aproximadamente um mês, no fim da estação seca.
– O animal adulto come em torno de 10 quilos, mais uma suplementação. Nós temos um custo de R$0,50 a diária. Em um mês, vai custar R$ 15 por cabeça. Com isso, nós mantemos um gado no período mais crítico, que é da saída do período seco para entrada no período da chuva, quando o pasto está rebrotando – afirma Cassol.
Já na Fazenda Monte Verde, em Guararapes, noroeste paulista, há dois anos a fenação se tornou uma empresa à parte dentro da propriedade, de pouco mais de 300 hectares. Toda a produção na propriedade é em escala comercial. O capim usado é o tífton, que apresenta alto teor de proteína. A produtividade chega a 330 fardos por hectare.
Atualmente, são realizados em média cinco cortes por ano. Daqui a dois meses, deve ser implantado um sistema de irrigação, que vai aumentar esse número para sete e também a produção, que hoje é de 15 mil fardos comercializados anualmente.
– Durante a época de meio de ano, quando a luminosidade não é favorável para o desenvolvimento da planta, nós conseguimos, por meio da irrigação, aumentar o número de cortes. Conseguimos elevar de cinco para uma média de sete, além de dar pontualidade ao nosso cliente – afirma o administrador de empresas Thomas Rocco, responsável pelo negócio.
A área de plantio, de 8,5 hectares, deve ser ampliada ainda neste ano. E um galpão também acaba de ser construído para armazenar o feno, que atende a cerca de 30 compradores da região. Mas não é só isso: o maquinário da empresa também é terceirizado.
– Há produtores na região que tem o campo de tífton plantado. Como eles usam para consumo próprio e não conseguem consumir tudo, nós fazemos essa parceria. Nós realizamos o corte para o produtor, e posteriormente faz a comercialização dentro da fazenda – afirma Rocco.
O projeto tem uma boa rentabilidade. O custo de produção por fardo, segundo o administrador, é de R$ 4. E o lucro pode chegar a R$ 200, dependendo da época do ano.
– O preço é variável. À medida que há uma oferta maior de água, o preço do fardo diminui. Os animais têm uma oportunidade de pasto maior. E à medida que vai secando, o preço aumenta e conseguimos chegar a uma comercialização. No auge da seca, vendemos o fardo a até R$ 12.