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Ferrugem asiática surge mais cedo em Goiás e surpreende produtores

Estado registra mais de 50% dos casos nesta safraA ferrugem asiática preocupa os produtores de Goiás. O Estado é responsável por mais da metade dos casos registrados nesta safra em todo o país. A praga que ataca a soja apareceu quase dois meses antes do que na safra passada.

O trabalho no laboratório desenvolvido em parceria entre o Sindicato Rural e a Universidade de Rio Verde começou mais cedo nesta safra, no início de dezembro quando foi identificado o primeiro foco de ferrugem na região. Desde lá, não parou mais. As amostras chegam todos os dias.

>>Leia também: Controle da umidade é fundamental para prevenir ferrugem da soja, alerta Áureo Lantmann
 
– Vem a colaborar no monitoramento junto ao produtor. Ou seja, ele detectar mais cedo possível a ocorrência da ferrugem na sua área ou na região, e daí auxiliando no melhor manejo da doença. O laboratório visa isto, receber a amostra do produtor e orientá-lo na ocorrência ou não da doença, e o que ele poderia estar fazendo de melhor manejo – explica o fitopatologista Hercules Diniz Campos.
 
Das 1,5 mil amostras analisadas, 443 foram positivas para a doença, um número elevado que acompanha a incidência em todo o Estado. Goiás é responsável por mais de 50% dos casos registrados em todo país.
 
– Um dos fatores importantes para isto foi a presença do inócuo na região, provavelmente propagado em alguma soja remanescente na entressafra, e as condições climáticas favoráveis no início da safra, um período bastante favorável de chuva pra cultura. Mas que por outro lado favoreceu a doença – justifica Campos.
 
O aparecimento da ferrugem tão cedo no campo pegou de surpresa os produtores.
 
– Deu um susto na gente. Ano passado foi em janeiro a ferrugem e este ano em dezembro, e ficamos alerta. Já tivemos muito prejuízo, já doeu no bolso. Então o produtor aqui é muito atento a isto, ficamos preocupados e antecipamos as aplicações – conta Antônio Carlos Bernardes.

O agricultor controlou a doença a tempo, mas teve que diminuir o espaço entre as aplicações e fazer uma a mais, que não estava prevista:
 
– Aqui tem ferrugem, mas ela está controlada. É isto que o produtor tem que fazer, as aplicações na época certa. Se precisar aplicar, aplica. Aqui tem ferrugem, no baixeiro da soja onde ela tem que estar não pode subir para o ponteiro, então está controlada.
 
Até a colheita, serão mais 30 dias. Um período de risco, quando  pode crescer a incidência da ferrugem. Até lá não tem jeito, o produtor vem aumentando a quantidade de aplicações.
 
– Identificando a ferrugem e fazendo uma preventiva, e sendo monitorado pelo consórcio antiferrugem, pela altura da planta, pelo estágio, o produtor consegue controlar muito bem a ferrugem. No caso aqui presente ele já está na terceira aplicação, provavelmente esta soja ainda vai ter 30 dias, ainda vai ter que fazer mais uma e deve fazer porque ela está com uma carga boa, um potencial de rendimento bom. Do jeito que está aqui é provável 60 sacas, então ele deve atentar para isto, fazer mais uma para garantir o seu rendimento – orienta o consultor do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann.

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