Edimar Ferreira de Miranda sempre foi um cafeicultor tradicional, mas há três anos ele decidiu inovar. O produtor testou a fertirrigação em uma pequena área da fazenda. A experiência deu resultado e hoje já são mais de 240 hectares equipados com a tecnologia. A produção aumentou 55% e atingiu 65 sacas por hectare.
– Você diminui a entrada na lavoura, diminui danos mecânicos, economia de combustível, economia de água e você também diminui a bienalidade do café, diminui a pressão de doenças – apresenta o produtor rural.
Em cada “rua” de café é instalada uma mangueira próxima à raiz da planta. A água utilizada no processo é misturada com fertilizantes. Com isso, o produtor consegue, ao mesmo tempo, irrigar e oferecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento da planta.
– Os adubos para fertirrigação precisam de algumas especificidades e a principal é que ele tenha pureza; a segunda é alta solubilidade, ou seja, facilidade de misturar em água, para que não acidifique o solo, principalmente solo de cerrado, que é naturalmente ácido – explica o especialista em Nutrição Vegetal Ricardo Rodrigues Teixeira.
As lavouras recebem água diariamente em pequenas quantidades, a diferença para as técnicas tradicionais, como o caso dos pivôs, é que a irrigação é localizada, aumentando a eficiência e reduzindo em até 30% o consumo de água.
– Com uma pequena quantidade de água você consegue manter sua lavoura, você não tem estresse hídrico. Então, com uma pequena quantidade de água semanalmente, você mantém a lavoura sem precisar daquela enorme pressão para grandes quantidades – explica o produtor Miranda.
O custo para implantar a tecnologia varia de R$ 4 mil a R$ 6 mil por hectare, dependendo da propriedade e das características do solo. A expectativa é que no prazo de dois anos o produtor recupere o valor investido. Mas antes de implantar a técnica, preciso avaliar a quantidade e qualidade de água disponível na fazenda.
– Primeiro é preciso saber a qualidade da água, antes de saber a quantidade de água disponível. Existem algumas características que essa água deve ter para verificar a viabilidade. Quanto à quantidade, se eu fosse fazer um comparativo quanto às formas mais convencionais de irrigação, que seria através do uso de pivô central e gotejamento, eu preciso de três vezes mais água para o pivô central do que a fertirrigação – demonstra Teixeira.