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Grupo frigorífico oferece bonificação por boi castrado para o abate

Objetivo é fornecer ao consumidor uma carne de melhor qualidadeUm grupo frigorífico oferece bonificação aos pecuaristas que produzem boi castrado para o abate. O objetivo é fornecer ao consumidor uma carne de melhor qualidade. A equipe da Rota da Pecuária esteve no Vale do Jauru, em Mato Grosso, onde o programa de bonificação teve início. Confira como funciona essa remuneração e a repercussão entre os produtores.

Animais jovens, mais mansos e produtores de uma carne melhor e com boa espessura de gordura: o bovino ideal para isso, segundo especialistas, é o castrado.

– O boi inteiro é um boi que produz hormônio. Com isso, a coloração da carne muda e a fibra da carne fica muito mais dura – afirma Sonair Nogueira, gerente de compra de gado.

O boi capão, como é chamado popularmente, não é maioria no mercado nacional.

– Pesquisam indicam que cerca de 80% dos abates feitos no Brasil são com boi inteiro. A JBS lançou o programa de bonificação para fazer a pecuária voltar a produzir carne de qualidade, com o boi castrado – afirma Eden Oliveira, comprador de gado.

A bonificação pode chegar a R$ 8 por arroba. E os requisitos básicos para que o pecuarista participe do programa vão além da castração dos animais: os bezerros precisam ter até seis dentes permanentes, o peso deve variar entre 240 e 300 quilos e a gordura precisa ter de três a quatro milímetros de espessura.

– A verificação da cobertura de gordura é feita no abate. Temos funcionários especializados e treinados para avaliar isso – afirma Oliveira.

O programa começou em março deste ano, com 487 animais abatidos no primeiro lote, no Vale do Jauru. Já foram abatidos 6 mil animais, e pelos menos 10 mil estão negociados até setembro deste ano. E o projeto já se expandiu para Mato Grosso do Sul e Goiás.

Só na região de Araputanga, 2 mil produtores já aderiram ao programa. O pecuarista Carlos Sérgio Arantes, da Fazenda Adorama é um deles. Durante a visita da Rota da Pecuária, a fazenda de Carlos já somava mais de 1 mil bois castrados fornecidos para o abate.

– Para poder produzir carne de qualidade, temos de investir mais em castração, genética e alimentação, e, para isso, precisamos ser remunerados – afirma Arantes.

Para chegar ao ponto exigido pelo frigorífico, os animais são rigorosamente selecionados e manejados.

– O boi precisa ser geneticamente muito bom, além de receber uma alimentação boa. É isso que nós fazemos – diz Arantes.

A Fazenda Salto do Jauru, no município de Indiavaí (MT), também participa do programa desde o início. A propriedade de Raphael Luiz Oliveira já mandou para o abate 240 cabeças, e até dezembro deve fornecer mais um lote de 133 animais, castrados há 50 dias. Para aderir ao programa, a propriedade passou por algumas adaptações.

– Colocamos mais brete, mais peão. Mas isso compensa pela bonificação, que esperamos que seja melhor daqui a um tempo – afirma Oliveira

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