A passagem do Rota da Pecuária por Mato Grosso do Sul, que possui um rebanho total de 21,5 milhões de cabeças, incluiu a região nordeste do Estado. E a equipe visitou a fazenda Indaiá, em Paraíso das Águas. A propriedade, com 5,8 mil hectares, abriga um rebanho de cria: vacas prenhas ou paridas. Os 1,4 mil hectares de pastagem suportam 3,8 mil animais, entre matrizes e bezerros de sete raças diferentes. Além de consorciar 100% das pastagens com leguminosas, há sete anos a propriedade integra a pecuária com a lavoura e a silvicultura. A maior parte das florestas de eucalipto é plantada nas áreas acidentadas, onde fica ainda mais difícil a atividade agrícola, já que o solo da região também é arenoso e pouco fértil.
Há dois anos, outro sistema de integração foi implantado, em uma área de 140 hectares da fazenda, que possibilita uma população de árvores 20% maior que a do sistema convencional. São 2 mil pés de eucalipto plantados por hectare em curvas de nível. A escolha, estratégica, é por dois motivos. Em primeiro lugar, para uma melhor retenção de água. Outra vantagem do sistema é que toda a área central acaba sendo mais bem aproveitada, tanto para a agricultura, quanto para a pecuária.
O pasto de marandu consorciado com estilosante deve ser usado por três anos e comportar uma lotação de três unidades e meia de animais por hectare. Um sistema econômico de baixo impacto ao meio ambiente que possibilita uma rentabilidade maior à propriedade.
– Temos uma otimização da terra. Usamos ela para floresta, pecuária e produção de grãos. E é uma terra que não tem uma qualidade muito grande – Clóvis Garcia Júnior
Já no Triângulo Mineiro, no município de Prata, que integra uma importante bacia leiteira do Estado,a equipe do Rota da Pecuária também encontrou um projeto de integração, com plantio de eucalipto em curvas de nível. Há um ano e meio, José Macedo Bernardes, da fazenda Medalha Milagrosa, deu início à integração em 15 hectares da propriedade, que já alocam 60 novilhas em pastejo.
– Nós entramos de início com os animais de menor porte, pra ter um prejuízo menor junto à floresta. Mas acredito que, no final do segundo ano, com a pastagem implantada, já podemos entrar com os animais de grande porte – afirma o pecuarista José Macedo Bernardes.
Hoje, a propriedade de 191 hectares é responsável por uma produção diária de 2 mil litros de leite, com 115 vacas em lactação. Ampliar o projeto, que torna a fazenda mais sustentável, está nos planos de Seu José.