Larry Wacker começa a irrigação às oito da manhã e retoma no final da tarde, por volta das 19 horas. Ele interrompe no meio da manhã porque é o período mais quente do dia e às duas horas da tarde, porque não é permitido fazer a irrigação em consequência do alto custo da energia. O produtor explica que se os equipamentos forem ligados nesse horário de maior consumo, a conta pode dobrar ou até triplicar.
O custo pode não ser baixo, mas a família Wacker tem consciência das vantagens em irrigar as áreas. Em 2012, considerado um ano ruim por causa da seca, nas áreas sem irrigação ele colheu 154 sacas de milho por hectare e 44 sacas de soja. Nas áreas onde as lavouras foram irrigadas, os números fazem a diferença: no milho foram colhidas 180 sacas por hectare e na área com soja foram 70 de sacas por hectare.
– A irrigação garante a safra. Quando não uso o pivô, o risco de não colher nada é muito grande – conta Larry Wacker.
O produtor rural Richard Knobbe diz que se não usar a irrigação na sua propriedade, o rendimento diminui em média 45 sacas por hectare. Os pivôs ainda não foram acionados porque a soja não floresceu. Se a planta for irrigada antes desse estágio, ela acaba crescendo demais.
As expectativas para a safra deste ano são boas. Ele espera colher nas áreas irrigadas de milho 247 sacas por hectare. Nas áreas sem irrigação, a média deve cair para 154 sacas por hectare. Em relação à soja, ele projeta colher nas áreas sem irrigação até 50 sacas por hectare, mas lembra que para isso é preciso chover bem. Já nas áreas irrigadas, Richard Knobb pretende colher 73 sacas por hectare.
No Brasil, os produtores reconhecem que os investimentos em irrigação estão mudando. Segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Arioli Silva, o número de propostas para aquisição de equipamentos tem aumentado, principalmente porque os juros para aquisição estão mais baixos.
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