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– A gente vende pra eles, fundamentalmente, máquinas agrícolas. Mais um sem número de pequenas coisas tecnológicas da indústria e um pouquinho de grãos, mas nada de muito especial – diz o professor da Fundação Armando Alvares Penteado, Tharcísio Souza Santos.
Segundo números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em 2013 o Brasil vendeu US$ 197 milhões em máquinas agrícolas para o México. E, somente entre janeiro e abril de 2014, a receita já cresceu 14% em relação ao mesmo período de 2013. Ainda assim, o Brasil compra mais do que vende dos mexicanos.
– No comércio externo, os mexicanos batem na gente com facilidade. O México é nosso 10º parceiro comercial e nós compramos muito mais do que vendemos para eles. Isto basicamente em função da indústria automotiva mexicana, que é muito grande e monta a custos mais baixos aquilo que a indústria americana não quer ou não pode produzir dentro dos EUA por razões de custo de produção e mão de obra mais cara. Então, nós somos grandes compradores de automóveis mexicanos – explica Tharcísio Santos.
Os benefícios para o Brasil só não são maiores por conta da localização do México, ao lado da maior potência econômica do mundo, os Estados Unidos. Quando a economia americana está bem, os negócios com o México melhoram e isto interfere no saldo com o Brasil.
– Primeiro porque está mais perto. Em segundo, os custos de logísticas deles são muito mais baixos. Depois, as companhias americanas estão no México. Com tudo isto, o que sobra para o mercado brasileiro vender ao mercado mexicano é muito pouco perto do que o México compra dos EUA – analisa o pesquisador.
Isto provavelmente explica a baixa quantidade de soja brasileira vendida para o mercado mexicano. Em 2013, foram apenas 286 mil toneladas e neste ano, entre janeiro e abril, foram 23 mil toneladas.
– Há uma relação muito investimento entre Brasil e México, embora o México tenha uma concentração muito grande pela proximidade e pelo acordo de livre comércio com os EUA. Cerca de 80% das exportações mexicanas vão para os EUA e 50% das importações deles vêm daquele país. Então, nós temos um concorrente forte – ministro das Relações Exteriores, Rodrigo Azeredo.
Para o ministro das Relações Exteriores, a Copa do mundo é um bom momento para estreitar a relação entre os parceiros.
– Durante a Copa do Mundo estão previstos alguns eventos empresariais. Alguns países fazem suas casas nacionais ao redor das sedes onde suas seleções vão jogar tentando também incentivar esse encontro. A Apex também está promovendo eventos ligados à Copa, trazendo empresários de outros países e promovendo negócios – aponta Azeredo.
Mas, Tharcísio Souza Santos, é preciso estreitar as relações para além de eventos passageiros como a Copa.
– O Brasil ficou muito atrelado a uma solução do Mercosul e talvez valesse a pena fazer o Mercosul retroagir na situação de zona de livre comércio, de modo a permitir que o Brasil pudesse ter um conjunto de tratados bilaterais tanto com países da Europa, como asiáticos e outros da América Latina.
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