Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 10 anos, a pecuária bovina do Brasil passou de 176 milhões para 211 milhões de cabeças de gado. O rebanho do país se divide em 171 milhões de cabeças destinadas ao corte e 40 milhões à produção de leite. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial em número de animais. Perde apenas para a Índia, onde a criação do gado não tem fim comercial.
O pecuarista João Evangelista Soares, assim como a maioria dos pequenos e médios pecuaristas do país, faz parte dos dois sistemas de produção. Ele recria gado de corte no Estado de Goiás e é produtor de leite no município de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, maior bacia leiteira de Minas Gerais.
O Estado de Minas Gerais é o maior produtor de leite do Brasil. Foi responsável, em 2012, por 27,6% da produção nacional, de acordo com o IBGE. Somando o gado de leite com o de corte, o rebanho mineiro é o segundo maior do país, atrás apenas do estado do Mato Grosso. E assim como no restante do território nacional, o gado de Minas tem no capim sua principal fonte de alimentação.
Nenhum outro país no mundo tem tanta área de pastagem para oferecer alimento ao gado como o Brasil. Em 2011, segundo estimativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) eram 152 milhões de hectares de pastagens. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 85% dos animais abatidos são engordados no confinamento. A engenheira agrônoma, Valéria Sanches, diz que no Brasil, a situação é inversa. Ela explica que 88% dos bois levados ao frigorífico se alimentam basicamente de capim.
– Um país com tantas terras e com tanto sol, temos também a sorte de ter chuva nas épocas certas. Então, é preciso aproveitar essa oportunidade para crescer a nossa pecuária no pasto – disse.
As áreas de pastagens estão diminuindo no país. De acordo com o Mapa, entre 1975 e 2011, houve uma redução de 8% nas áreas destinadas aos pastos. Fato que obriga o pecuarista que quer continuar na atividade e ter lucro a produzir mais em espaços cada vez menores. Evangelista arrendou 140 hectares da fazenda mineira para o plantio de soja. Ele conta que produz 600 litros de leite por dia nos 10 hectares que sobraram ao redor da sede.