Mesmo com produtividade excelente, custos altos ainda comprometem renda em Guarapuava (PR)

Ferrovia é precária e produtores pagam R$ 300 para chegar a ParanaguáA produção anda de vento em poupa na região de Guarapuava, no centro-sul do Paraná. As safras de soja e trigo prometem rentabilidade aos produtores, mas problemas com infraestrutura continuam comprometendo boa parte da receita.

O presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Johann Zuber, está otimista em relação ao trigo.

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Ele reforçou que o milho de verão sofreu uma redução da área plantada, mas também espera preços razoáveis para o grão, em torno de R$ 23 a R$ 25. Para a soja, ele explica que se desenha um quadro de estoques baixos – inclusive nos Estados Unidos -, o que anima para preços atrativos dos estoques de verão.

Mas Johann Zuber se diz preocupado em relação aos custos de produção. O produtor teme uma crise na agricultura, caso os preços caiam no próximo ano.

– Quando o dólar sobe, o insumo sobe automaticamente, é “rapidinho”. Mas para descer, ele demora bastante. Não acompanha tanto o dólar – comenta.

Guarapuava fica a cerca de 300 quilômetros de distância do Porto de Paranaguá, o que é um diferencial competitivo. Ainda assim, a região carece de investimento em agroindústrias.

Zuber explica que as empresas têm como obstáculo a Companhia Estrada de Ferro do Oeste (Ferroeste), que oferece uma estrada muito defasada:

– A velocidade do trem é muito baixa, e se torna bem mais caro. Os agricultores optam por caminhão e o nosso grande problema aqui é o pedágio. Hoje, para um caminhão fazer 400 quilômetros, gasta mais de R$ 300 só para ir.

– Nós não somos contra o pedágio, mas não um valor absurdo dessa forma – diz o produtor, enfatizando que a região necessita da construção de uma pista dupla.

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