No município, a produção de soja se destaca e avança. Ponta Porã é o segundo maior produtor do grão em Mato Grosso do Sul e deve cultivar mais de 160 mil hectares nesta safra, 20 mil a mais que na passada. Em uma fazenda da região, a estrutura dos barracões e maquinários causa a impressão de que a agricultura é praticada há muito tempo no local. Na verdade, o grupo ainda dá os primeiros passos na produção de soja. Antes toda a renda vinha da pecuária.
A transformação das áreas de pasto em lavoura foi rápida na fazenda. Todos os 2 mil hectares foram convertidos em apenas quatro anos. Um terreno, de apenas dois hectares, foi o último a sofrer a mudança. O local abrigava o confinamento da propriedade, que também deu lugar à produção de milho e soja.
Gerente de produção da fazenda, Arthur Edwards participou de todo processo de mudança, da adaptação dos barracões à implantação das lavouras, que ainda dividem espaço com algumas heranças do tempo da pecuária. A transformação, ele explica, não foi simples. Custou tempo e dinheiro, mas valeu a pena.
Na safra passada, as lavouras foram prejudicadas pela seca. A produtividade na fazenda foi de 38 sacas por hectare. Volume baixo, mas ainda muito superior à média registrada no município, que foi de apenas 22 sacas. Agora a previsão é otimista. Se a meteorologia ajudar, a colheita deve chegar a 60 sacas por hectare.
O consultor e ex-presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Ponta Porã , Valdinei de Oliveira, também está mais animado com esta safra. Além da esperança de que o tempo colabore, ele lembra que os agricultores puderam iniciar mais cedo o plantio este ano, já que o período do vazio sanitário foi reduzido em 15 dias. E esta alteração pode fazer a diferença tanto na safra de verão, quanto na safrinha.