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Pecuaristas do Centro-Oeste investem no melhoramento das pastagens

Grande parte das áreas destinadas ao pastoreio no país apresenta algum tipo de degradaçãoUm dos grandes desafios atuais da pecuária brasileira é melhorar as pastagens. Grande parte das áreas destinadas ao pastoreio no país apresenta algum tipo de degradação. Investir em reformas, adotar a rotação de culturas e realizar o manejo adequado das forrageiras aumentam as taxas de lotação e também o número de arrobas produzidas por hectare.

– Nós não podemos mais ficar pensando em criar uma cabeça de boi ou de vaca por hectare. É necessário investir no pasto. Se você tem um hectare reformado, adubado e cuidado, você pode ter três ou quatro cabeças – afirma o agropecuarista José Cazzeta.

As terras de Cazzeta ficam no município de Alto Paraguai, em Mato Grosso. A reforma tem sido a alternativa encontrada para recuperar o pasto formado há 15 anos com áreas descobertas e muitas plantas daninhas.

– Coloquei uma tonelada e meia de calcário, incorporado com grade pesada. Para melhorar a distribuição, misturei um pouco de milheto, cinco quilos por hectare. Joguei 200 quilos de adubo e passei a niveladora fechada em cima. Incorporei a semente, que nasceu e germinou bem. O resultado é esse gado bonito – afirma Cazzeta.

Mas nem sempre a reforma é a melhor opção. É importante que o pecuarista observe primeiro o grau de degradação do pasto antes de tomar uma decisão.

– Se você tiver uma área com menos de dois metros quadrados descobertos por hectare, não é necessário fazer a reforma. É possível fazer a recuperação da pastagem. Você economiza na aquisição de semente e no processo de preparo do solo – afirma Uly Bragiato, engenheira agrônoma especialista em pastagem formada pela UNESP Jaboticabal.

Conforme Uly, na recuperação, é possível utilizar a forrageira disponível.

– Para a reforma, é necessária a grade pesada, grade niveladora, fazer o preparo do solo, fazer a correção e a fertilização do solo. Só posteriormente é que se deve plantar a forrageira desejada – afirma Uly.

No município de Santa Fé, em Goiás, o pecuarista Nilson Ribeiro Viana, buscou orientação de um engenheiro agrônomo antes de decidir recuperar o pasto da Fazenda Santa Maria, formado há quase 30 anos.

– Estou esperando chegar o resultado da análise do solo para começar a jogar o calcário e depois adubar – afirma Viana.

Na Fazenda Fim da Picada em Porto dos Gaúchos (MT), 50% das pastagens estão sendo reformadas. Aproximadamente 200 hectares por anos são gradeados e renovados.

– Faz uns cinco anos que a produção caiu. Hoje, esse pasto não agüenta 0,3 unidade animal por hectare – afirma o agropecuarista Valter Rozolin. Além da reforma, o proprietário também optou pela rotação de culturas, intercalando um consórcio de capins com a lavoura de arroz. Isso possibilitou uma lotação de até 2,5 unidades animais por hectare.

De acordo com Alex Lopes, zootecnista da UNESP Jaboticabal, o custo da reforma completa no Brasil central é de entre R$ 1 mil a R$ 1,2 mil por hectare, considerando uma reforma completa, com adubação completa, semente de qualidade e todos os tratos culturais.

– Temos que pensar que o pasto reformado vai durar até 20 anos. Esses custos vão ser diluídos ao longo dos anos – afirma Lopes.

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