? Independente dessa prorrogação do decreto, a única coisa que vai acontecer é a questão da criminalização pela falta de averbação. É importante frisar que muitos produtores rurais do Estado de São Paulo, além do Sul e Sudeste do país, estão com Termos de Ajustamento de Conduta assinados. Os documentos vencem em dezembro e não vai haver prorrogação. Então, é fundamental que seja definido de uma vez por todas qual vai ser o novo Código Florestal brasileiro ? argumenta.
O produtor rural José Orlandini cultiva café, milho e eucalipto em 15 hectares, onde um córrego corta o terreno há mais de um século e tem mata nativa preservada. Ele afirma que aproveita pessoalmente cada pedaço de terra.
? A mão de obra minha mulher e eu tocamos. Só pagamos pela colheita. Nós mesmos secamos o café aqui ? explica.
Orlandini diz que as dúvidas sobre as exigências para que possa legalizar a propriedade preocupam. O principal ponto são as Áreas de Preservação Permanente (APPs).
? Se precisar deixar mais 15 metros de cada lado do córrego, ficará inviável. Terei que ir para a cidade, porque não é possível tocar uma propriedade pequena assim. Ninguém sabe informar ao certo o que é preciso fazer. Alguns falam em 30 metros, outros em 15 ? aponta.
O também produtor Eduardo Marinheiro, que investe em granja de frangos e pecuária de leite, revela que sua maior apreensão é em relação ao georreferenciamento de sua propriedade. Ele afirma que há dificuldade em encontrar profissionais que façam o serviço.
? Além de ser concorrido para contratar alguém que faça, o valor fica em torno de R$ 7 mil. É muito caro. A votação já deveria ter acontecido, para que nos dessem uma definição correta quanto a isso. Porque cada um fala uma coisa, o meio rural coloca de um jeito, os ambientalistas de outro. Então fica nesta indecisão. É preciso solucionar isso logo ? conclui.
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