No campo, onde as colheitadeiras começaram a colher a soja no início de janeiro, 30% do trabalho já foi concluído, segundo a consultoria Safras & Mercado. Mesmo com a quebra de um milhão de toneladas de soja em Goiás, e com a chuva que atrapalha a colheita em Mato Grosso, a Conab espera mais uma safra recorde, de 91 milhões de toneladas. Grande parte deste volume tem o mesmo destino: passa pela BR-277, rumo ao segundo maior porto do país. Paranaguá se prepara novamente para um grande movimento que nos últimos dias já começou a aumentar.
– É difícil né, muito movimento na estrada aí. Muito perigoso descer esta serra também. (Repórter: época do escoamento muda muito?) Ah, muda muito, muito caminhão na estrada – conta o caminhoneiro Dorival Teodoro.
Se os problemas da safra passada estão longe de ser resolvidos, a superintendência do porto aponta alguns avanços. Um deles é o controle da fila de navios que, pelo menos até agora, parece ter sido amenizado.
– Ano passado alguns navios se colocavam, colocavam uma senha em Paranaguá, uma senha em Santos e uma senha no Porto de Rio Grande. Quem chamasse primeiro ele ia, ele vendia o seu espaço na fila para ganhar e agregar valor no seu frete. Então você tinha um frete contratado por US$ 100, e quem tinha a vez falava “olha eu tenho um navio por US$ 150. E no desespero do exportador, eles faziam isto. Nós acabamos com esta forma de malandragem que eram feitas dentro dos portos brasileiros. Paranaguá não tem mais isto – garante o diretor empresarial Porto de Paranaguá, Lourenço Fregonese.
Paranaguá recebe por dia cinco mil caminhões que precisam estar cadastrados no sistema online, caso contrário, dão meia volta e não entram no terminal de descarga. Uma maneira de controlar a movimentação de veículos que em safras passadas deixou o trânsito bastante conturbado.
Mesmo com tantos avanços, qualquer imprevisto traz à tona a estrutura apertada com que se trabalha. Por exemplo, uma grande fila se formou no terminal de descarga por causa de um acidente. Um caminhão bateu no poste, derrubou a energia e acabou com todo o sistema eletrônico das guaritas.
– Agora vai ficar enrolado, vou descarregar de madrugada, até chamar. Às vezes descarrega rápido, às vezes é 24 h para chamar, é enrolado – diz o caminhoneiro Fábio Alencar dos Santos.
Até o problema ser resolvido, se passaram quase 10 horas. Uma situação que serve de alerta diante do movimento que vem pela frente. As soluções que estão a caminho não terão resultado a curto prazo. E o presente ainda preocupa.
– Pode acontecer uma eventualidade, com o tempo de chuva ou com excesso de caminhões descendo para o Porto de Paranaguá fora das normas de senha. E pode complicar, mas nós estamos preparados para isto. Até agora tivemos um soluço, mas já resolvemos o problema – afirma Fregonese.
Na próxima quarta, dia 26, você vai conhecer quais são os projetos que estão em andamento no Porto de Paranaguá, que prometem mudar a situação logística das próximas safras.