Durante seu desenvolvimento, a soja fica exposta a um conjunto de, aproximadamente, 36 espécies de insetos com diferentes magnitudes de danos. Danos que se iniciam nas sementes colocadas no solo até a colheita.
Os danos de insetos/pragas podem ser percebidos já no início da safra, logo após a germinação. Porém, o seu controle está sujeito a uma análise bem criteriosa, fundamentada em resultados de observação e pesquisa.
Normalmente, quando é formada a planilha de custo de produção de uma lavoura de soja, no item pragas/insetos são considerados os gastos para controle de Lagarta da Soja, Lagarta Falsa Medideira, dos percevejos, Verde, Pequeno, Marrom e o Barriga Verde. A somatória de custos no item pragas varia de 11 a 15% do custo total.
Em alguns anos, em determinadas localidades, e em função do clima, surgem insetos/pragas não previstos, que em muitos casos são considerados como pragas secundárias, mas, dependendo da quantidade, exigem controle.
Durante a expedição do Projeto Soja Brasil, verificou-se a incidência de mais seis pragas imprevistas ou de menor ataque para a cultura da soja, mas que, se não controladas, produzem menor rendimento da soja. O controle delas significa um aumento no custo de produção entre uma até quatro sacas de soja a mais.
Corós: os sintomas de ataque vão desde o amarelecimento das folhas e a redução do crescimento até morte das plantas e são visualizados em reboleiras.
Mosca branca: na cultura da soja, a mosca branca causa danos diretos pela sucção da seiva, provocando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. Durante a alimentação, a mosca branca excreta substâncias açucaradas que cobrem as folhas, resultando na formação da fumagina, que causa a murcha e a queda das folhas, antecipando o ciclo da cultura.
Ácaros: os ácaros causam danos perfurando as células e se alimentando do líquido exsudato nas bordas das nervuras da face inferior dos folíolos das plantas de soja. Inicialmente, o ataque resulta na coloração esbranquiçada ou prateada dos folíolos, passando para a coloração amarelada e, posteriormente, apresentam a cor marrom. Populações elevadas podem causar a queda prematura de folhas e perdas acentuadas na produção. Na lavoura, pode ocorrer o definhamento das plantas e quedas na produtividade de grãos da ordem de 50%.
Lesmas: as lesmas podem destruir os cotilédones, causar desfolha e até mesmo a morte das plantas. Na colheita, quando em altas populações, podem provocar o embuchamento das colhedoras.
Lagarta da maça do algodoeiro: em geral, as lagartas comem vagens, mas podem, também, se alimentar de folhas e brotos terminais. Os danos nas vagens produzem perdas de até 25 % do rendimento.
Lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea): essa lagarta é uma praga do milho, porém nos últimos anos tem atacado também a soja. Os danos são observados a partir da formação das vagens. A lagarta fura as paredes da vagem e se alimenta dos grãos em formação. Pode comprometer até 30% do rendimento final.