Preços atrativos estimulam produtores a trocar milho pelo trigo no Paraná

Perspectiva é de que grão continue rentável aos produtores na próxima temporadaA repórter Kellen Severo conversou com engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná Paraílio Zanini nesta segunda, dia 2, no programa Mercado & Cia. Ele contou que em Cornélio Procópio, no Paraná, 195 mil hectares eram plantados com milho safrinha e, aproximadamente, 76,5 mil hectares com trigo. Para a próxima safra, no entanto, a instituição prevê um equilíbrio de cultivo, e a movimentação dos produtores na região indica, inclusive, uma reversão: quem plantou milho,

O Soja Brasil conversou com produtores da região de Cornélio Procópio. O achatamento dos preços do milho está levando à troca da safrinha pela plantação de trigo.

Ano passado, o produtor Edmar Galafassi plantou 50% da sua lavoura com milho e 50% com trigo, mas agora vai voltar a plantar só trigo. Segundo ele, boa parte dos produtores da região deve fazer o mesmo.

– Devido ao preço convidativo (do trigo) e ao alto custo do milho com a venda de preço muito baixo – justifica.

O analista da Safras & Mercado Élcio Bento apóia a decisão do agricultor e explica que não apenas o Paraná, mas também outras regiões como o Rio Grande do Sul apresentam um quadro positivo para voltar a produzir trigo.

– Com isso, nós devemos ter na próxima safra um recorde de produção aqui no Brasil – prevê.

Em relação aos preços – hoje 30% menores do que no mês de novembro -, ele afirma que não se pode esperar para a próxima temporada os mesmos valores obtidos na última safra do Paraná, que quebrou, assim como a do Paraguai.

– Mas existem fatores, externos até, como o nosso abastecimento, que ainda deixam um cenário de preços atrativos. Não nos mesmos patamares do ano passado, mas ainda atrativos.

Élcio Bento cita como principal fator a Argentina, que ainda está fora do mercado, e também o preço do dólar, que se mantém acima de R$ 2,30, o que encarece a importação.

– No ano passado nós tivemos preços e não tivemos produção. Então, quem produziu vendeu e está vendendo muito bem – confirma.

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