Nas cidades mato-grossenses de Santa Carmem e Cláudia encontramos o percevejo em lavouras de soja, ainda no estádio R1 para R2. A presença do inseto nas lavouras no estádio R1 levam, muitas vezes, o agricultor a fazer aplicações de inseticidas antecipadas.
Lembramos que o efeito de inseticidas para controle de percevejos é mais eficiente quando são observados 2 percevejos por metro, no caso de produção de grãos, e 1 percevejo por metro, quando for para produção de sementes, e nos estádios entre R3 até R6 .
Muitas vezes, a aplicação dos inseticidas é realizada de forma inadequada, seja através de aplicações preventivas, junto com o dessecante ou com o herbicida pós-emergente, ou mesmo com as aplicações de fungicidas. Essas práticas são bastante comuns nas lavouras de soja, visando o aproveitamento de operações.
Aliado às aplicações frequentes de produtos de amplo espectro de ação, sobretudo na fase inicial do desenvolvimento da soja, e o não uso das amostragens de pagas com o método do pano tem levado a um grande desequilíbrio nas lavouras de soja, acarretando sérios problemas como, por exemplo, a eliminação do complexo de inimigos naturais.
Na ausência do controle biológico natural, pragas normalmente consideradas sem importância econômica vêm causando preocupações aos sojicultores com necessidade, muitas vezes, de controle. Além disso, pragas principais (percevejos) vêm ocorrendo em níveis populacionais muito elevados, além das populações de insetos resistentes aos inseticidas químicos. Tudo isso leva a um maior custo de produção e a consequências drásticas de poluição ambiental.
Fonte: Embrapa Circular Técnica nº 67.