Beto Marcheti, sócio-proprietário de uma empresa de Primavera do Leste que tem capacidade estática para armazenar 180 milhões de toneladas de grãos, diz que todos os ano há preocupação com o escoamento da produção da região.
– Com certeza há dor de cabeça. Termos uma safra de milho muito grande e, em menos de 90 dias, vai chegar a safra de soja. Há um grande problema no escoamento da produção. Temos 105 toneladas para sair do nosso armazém e temos menos de 90 dias. Há problemas com caminhões, em terminais, em portos. Por exemplo, se chove no porto não carrega e não descarrega caminhão. Temos sempre esse problema: saber se vamos conseguir escoar todo esse produto até a chegada da nossa safra em janeiro – lamenta.
A empresa de Marcheti não está conseguindo trabalhar com sua capacidade máxima de 100 caminhões por dia. Segundo ele, problemas nos portos e terminais, como a chuva, atrapalham o descarregamento dos caminhões.
– Às vezes conseguimos carregar, aí quando chega no terminal o caminhão não consegue voltar pra recarregar. Qualquer que seja o destino para onde ele vá, se temos problemas com chuva, não há lugar no porto ou terminal para descarregar os caminhões – diz.
Uma forma de amenizar o problema, segundo Marcheti, seria cada produtor investir em armazéns dentro de suas propriedades.
– O produtor deveria ter sua capacidade de armazenagem. O Brasil vai dar um passo muito grande no momento em que o que isso acontecer. O governo precisa incentivar ou mesmo o produtor precisa investir em uma estrutura de armazenagem – conclui.