>> Fórum Soja Brasil debate perspectivas da safra e defesa vegetal em Dourados (MS)
A paisagem nunca deixou dúvidas. Da própria rodovia é possível constatar que na região leste de Mato Grosso sempre existiu e continua existindo uma pecuária forte e desenvolvida.
Uma cultura de décadas, aos poucos, começa a mudar. Na região leste de Mato Grosso, a pecuária vem cedendo espaço à agricultura. Imensas áreas de pastagens estão sendo utilizadas para o plantio. Em uma fazenda de Nova Xavantina, a transformação já começou. A terra está sendo preparada com potássio, fósforo e calcário.
A propriedade é mais uma entre tantas que estão investindo na agricultura. Em 2010, o Vale do Araguaia tinha 600 mil hectares plantados. Em menos de três anos, pulou para 1,5 milhão de hectares.
– Por que isto? Se você pegar a questão ambiental de Mato Grosso, a região norte tem certas restrições, então você diminui. Quando você estuda Mato Grosso nesta região, você tem 9 milhões de hectares de pastagens aqui no vale do Araguaia. Sendo que destas, metade são aptas à agricultura. Terras vermelhas, férteis, com boa chuva. Então, sem dúvida, estamos tendo esta expansão – explica o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira.
Uma expansão realizada pelo próprio pecuarista. A grande maioria está integrando lavoura e pecuária. Na fazenda de Endrigo Dalcin, o plantio de soja vai chegar a quatro mil hectares. A integração, inicialmente, será feita em 1,5 mil.
– No caso de integração destas áreas de agricultura, a gente tem intensificado até com cinco cabeças por hectare entre safra que vai de maio a setembro. Então, neste intervalo que a terra não será utilizada, nós estamos utilizando o pastejo nestas áreas que foram cultivadas com soja – conta o produtor.
O sucesso da integração depende dos cuidados com o solo que por aqui é arenoso, diferente das tradicionais regiões produtoras onde a terra tem características argilosas.
– Como ele é mais frágil que o argiloso, ele vai exigir constante acompanhamento principalmente na questão de oferta de matéria orgânica que normalmente aqui é baixa. O fato de ser uma textura arenosa exige alguns procedimentos diferentes daquilo que normalmente você faz no solo de textura argilosa. Por exemplo, no início há de se fazer uma calagem não para corrigir alumínio, mas para acrescentar quantidade de cálcio e magnésio que neste tipo de solo é muito baixo – ensina o consultor do Soja Brasil Áureo Lantmann.
A agricultura de precisão também é um fator essencial nesta mudança. Quem já seguiu este caminho não se arrependeu: conseguiu produtividade alta na lavoura e o peso ideal do gado, dois meses antes do previsto.
– As pastagens estão muito degradadas e a agricultura entra com o objetivo principal de recuperar estas terras. Junto com isto, obviamente que vem o retorno financeiro para o pecuarista – diz o gerente André Kemmerich.
E no Rural Notícias da próxima sexta, dia 22, a equipe de reportagem do Soja Brasil vai mostrar como a região leste de Mato Grosso está se preparando para vencer os desafios de logística e armazenagem. Não perca!