— Tem que ter um pouco de prepúcio, não de forma exacerbada, mas não existe braford sem prepúcio, até porque é uma característica zebuína. O comprimento desses animais é uma característica que nós buscamos no Índico, no elore, como uma produtividade de carne imbatível com a carcaça do nelore — explica o técnico da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), Gustavo Isaacsson.
O braford surgiu de uma necessidade da pecuária de corte brasileira, voltada para a qualidade da carne, mas adaptada ao clima tropical.
— O braford possibilitou àqueles criadores que queriam contar com todas essas vantagens de carne de qualidade, de precocidade, mas que não tinham um ambiente ideal pra desenvolver a raça hereford na sua plenitude, onde o desafio com problemas em relação a carrapatos e verminoses são mais presentes — diz o pecuarista Paulo Azambuja.
Tradicional criador de hereford, Azambuja hoje também se destaca na seleção de braford. Ele apostou nos primeiros cruzamentos com nelore no fim da década de 80, utilizando as melhores matrizes hereford que tinha.
O pecuarista acompanhou, junto com a ABHB, a evolução e expansão da raça, que hoje já conta com 135 mil animais registrados. Em 2011 o criador exportou seis touros e 12 novilhas para a Angola, através do programa Brazilian Hereford e Braford, que exporta material genético para 25 países.
O braford está também entre as raças sintéticas que lideram as vendas de sêmen no país. Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), em 2011 foram comercializadas 168 mil doses. Desde 2009 as vendas registraram alta de 70% nas vendas.
O Rio Grande do Sul é o maior criatório da raça, mas o Brasil Central começa a descobrir a rentabilidade que o braford proporciona. Precoce na reprodução, com fêmeas maduras entre 14 e 18 meses, e também na terminação, a raça tem novilhos prontos para o abate entre 18 e 24 meses. Os números são parecidos com o da raça hereford.