À medida que a equipe do Soja Brasil se deslocou para o norte da região central do país, sentiu o verão mais intenso. Os efeitos da falta de chuva e das altas temperaturas puderam ser observados nas lavouras. Por causa disso, o produtor rural Todd Dorn teve que acionar o pivô de irrigação mais cedo este ano. Ele planta 3,4 mil com soja e milho no Estado de Illinois. A família está desde 1943 na atividade. Tudo o que ganham reinvestem na propriedade, em novos veículos para transporte da produção, novas máquinas e silos. Nesta safra, ele resolveu inovar no plantio para ter um melhor rendimento.
Por orientação de um engenheiro agrônomo, Todd resolveu semear variedades diferentes na mesma área. Ele ainda não tem certeza do que vai acontecer, mas o engenheiro garantiu que poderá haver um aumento de produtividade entre 10 e 15 bushel a mais por acre. O produtor ainda não perdeu as esperanças em relação à safra deste ano. Na lavoura de soja, ele espera colher 90 sacas de soja por hectare.
No Estado de Iowa, na propriedade dos Birchmier, a produtora Ronda não está tão otimista em relação à produção agrícola deste ano. Ela diz que foi uma nevasca fora de época, em pleno mês de maio, que a fez perder as esperanças. Segundo Ronda, quando os 25 centímetros de neve derreteram, a família só teve quatro dias e meio para plantar os 1,2 mil hectares da propriedade em Maxwell. Ela recorda que depois disso foram duas semanas de chuvas e frio intensos.
– Em todo o Estado de Iowa, 60% dos produtores de soja fizeram o plantio na primeira metade de junho, quando o correto teria sido em abril – diz.
O milho desta safra que será colhido na propriedade de Ronda deve todo ser transformado em silagem. A perda do nitrogênio por causa da chuva comprometeu o desenvolvimento das plantas. Conforme a expedição Soja Brasil avançava para os Estados do Norte, a situação se mostrava mais crítica.
No Estado de Minnesota, o excesso de chuva na época do plantio gerou outra situação. Existem muitas áreas sem cobertura. Em torno de 10% dos produtores da região decidiram não fazer o replantio.
O produtor de sementes Eric Wegner foi quem mais sofreu com a decisão de alguns agricultores em não plantar. Ele se queixa que sobraram sementes nesta safra. Na propriedade da família, ele e o primo Britt Wegner fizeram o cultivo da soja só para a terra não ficar descoberta. Eric lembra que algumas áreas ficaram alagadas e a água só baixou depois de três semanas. Ele não tem dúvida que essa foi a pior primavera desde 1993.
Para evitar ainda mais prejuízos, eles decidiram solicitar o seguro preventivo. Brit explica que como o pagamento do valor do prêmio é calculado com base na média de produtividade dos últimos anos, fazendo o pedido preventivo, eles evitam ter que informar à seguradora rendimentos muito baixos.
Para este ano, eles trabalham com expectativa de colher 123 sacas de milho por hectare e 45 sacas de soja por hectare. Sobre o mercado de preços, Eric diz que é cedo para fazer qualquer especulação e lembra que a bolsa de Chicago ainda não repercutiu essa quebra de produção.
A série de reportagens do Projeto Soja Brasil sobre a safra de grãos nos Estados Unidos começou nessa segunda, dia 29 no Rural Notícias. Veja a primeira:
>>Produtores norte-americanos estão otimistas com safra 2013/2014 de soja