Na primeira e segunda etapa da expedição, o fato técnico que mais chamou atenção foi a enorme quantidade de solos descobertos nas lavouras, sem nenhum tipo de cobertura. Um problema muito grave, já que a terra é o grande patrimônio dos agricultores.
Os solos precisam ser protegidos. Protegidos contra o calor promovido pelo sol, contra a erosão eólica provocada pelos ventos e contra o estrago feito pelas águas das chuvas.
O calor afeta muito as condições microbiológicas dos solos. Um grande número de microrganismos, fungos, bactérias, actinomicetos e, principalmente, microrganismos solubilizadores, responsáveis pela oferta de nutrientes para as plantas, são muito afetados pelo excesso de calor na camada superficial e tudo isso diminui a fertilidade dos solos.
A erosão eólica arrasta, pela ação do vento, grande quantidade de areia e argila da camada superficial dos solos. As águas das chuvas – o problema mais sério – produzem uma série de fatos negativos. O impacto das gotas de chuvas contra o solo destrói as estruturas da terra e o arrasto de grande quantidade de nutrientes quando há escorrimento de água na superfície.
Os efeitos negativos do calor, dos ventos e das águas podem ser evitados em todas as regiões produtoras de soja no Brasil. Os solos podem ser protegidos com um conjunto de técnicas de preservação que incluem sistemas nos quais se cultivam espécies que produzem grandes quantidades de palha.
Milheto, braquiária, aveia e trigo são espécies que produzem palha com relação C/N alta, de decomposição lenta. O cultivo do milheto, solteiro, durante dois meses, produz palha suficiente para proteção do solo durante todo o ano, assim como a braquiária, cultivada em consórcio com o milho safrinha.
Os efeitos de adubos químicos são inócuos para a efetivação das reações químicas necessárias nos processos de solubilização dos nutrientes quando os solos não oferecem umidade e a ação dos microrganismos e temperaturas são amenas.