As mudas de ingá, pitangueiras, e de uma dezena de árvores nativas são o mais novo investimento do produtor Antônio Furtado, que tem uma propriedade em Paranapanema, a 240 quilômetros de São Paulo. Ele e o irmão são sócios e produzem batatas, mais de 400 mil sacas por ano.
No inicio do ano passado o produtor estava fazendo irrigação na lavoura. Naquela época ele já estava preocupado com o que poderia acontecer com as mudanças no Código Florestal. Ele já tinha comprado 70 mil mudas de árvores para plantar nas margens do lago que tem na propriedade. As mudinhas cresceram e o produtor já plantou outras 45 mil.
Além de ser produtor de batata, ele produz milho, trabalha com pecuária e planta soja. Para compensar todo o déficit ambiental, como determina a lei, ele teria que plantar árvores em mais 500 hectares. O problema é que não existe área disponível, e sem contar que é um custo a mais para o produtor.
Antônio faz parte de uma associação de produtores que tem o mesmo problema que ele. O presidente da entidade, Alfonso Sleutje, diz que 70% das áreas são irrigadas, e que os produtores usam água dos rios ou lagos e preservam a mata ciliar. Mas para que ninguém continue na ilegalidade, seriam necessários mais 2,4 mil hectares de reserva. A associação estuda a compra de uma área que regularize a situação de todo mundo de uma vez só.
O custo a mais para compra de novas áreas, ou mesmo para o plantio de árvores, os produtores já sabem que não vai ser fácil pagar. Mas a essa altura, com ou sem mudança no código, eles não tem muita escolha.
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