Nesta safra, os produtores de Santiago plantaram 32 mil hectares de soja. As plantações se desenvolvem relativamente bem. Isso porque os 30 dias de estiagem em janeiro devem diminuir entre 10% e 15% a produtividade das lavouras. E tem sido assim ao longo dos anos. A quantidade de chuva, de 1,7 mil milímetros anuais, seria suficiente, mas é mal distribuída. Tanto ocorrem precipitações de 300 quanto de 30 milímetros.
A irregularidade na distribuição de chuvas fez com que a região ficasse conhecida como o bolsão da seca. Pela observação das pessoas da região, no período de cada 10 anos, pelo menos em seis ocorrem perdas consideráveis nas lavouras.
E a seca do ano passado foi a pior. Em muitas áreas nada se colheu. Os prejuízos se acumularam, de acordo com o vice-presidente do Sindicato Rural de Santiago, Sandro Cardinal. Nos 70 municípios da região, só com lavouras de soja e milho frustradas pela seca, a dívida chega a R$ 4 bilhões.
A alternativa que muitos produtores têm adotado está na produção em sistema. Em resumo, funciona assim: soja no verão, e na mesma área, azevém ou aveia, que será a pastagem do rebanho para o inverno. É o que o produtor Julio Freitas Lima tem feito há 14 anos. Ele planta 370 hectares de soja, o que representa 30% do total da área da fazenda. Este sistema permite custo reduzido de produção. A renda líquida é calculada por hectare somando os resultados da lavoura e da pecuária.