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Produtores de soja do PR comemoram vinda da chuva, mas se mantêm alertas com incidência de buva nas lavouras

No sudoeste do Paraná, 290 milímetros de chuvas no mês de dezembro renovaram o otimismo dos produtores ruraisNo Paraná, 10% da safra de soja é produzida no sudoeste do Estado. A seca do ano passado causou grandes prejuízos na região. Nesta safra, a situação tem se mostrado diferente. No mês de dezembro, choveu cerca de 290 milímetros, o que renovou o otimismo dos produtores rurais. A boa expectativa para esta safra, porém, pode mudar devido à invasão de plantas daninhas como a buva nas lavouras.

Quem entra no Paraná pelos campos de Palmas, na divisa com Santa Catarina, encontra um cenário futurista. O vento que corre a uma altitude de 1,3 mil metros, faz “crescer” centenas de torres, com gigantescas hélices, que produzem o que há de mais limpo em termos de energia elétrica. Mas não é só isso que se destaca na região. Nos últimos três anos, os campos nativos, antes usados na pecuária, viraram lavouras de soja. A região é uma das que contribuíram no crescimento de área no Estado nesta safra, estimado em 5%. E a expectativa é das melhores.

– Acreditamos em uma safra muito positiva – diz Orley Jair Lopes, gerente regional da Emater de Franciso Beltrão (PR)

A região sudoeste do Paraná integra 42 municípios. Juntos plantaram 483 mil hectares e esperam colher 1.6 milhão de toneladas de soja. O produtor Ivo Polo semeou 130 hectares em Pato Branco. Um quarto da lavoura está bem adiantado e deve ser colhido em aproximadamente 20 dias.

A alta produtividade é resultado de investimento tecnológico. Além de agricultura de precisão, foram aplicados 300 quilos de adubo por hectare, além de outros cuidados.

Mas nem tudo está bem na região, principalmente quando o assunto é a buva e sua resistência aos herbicidas. No Paraná, encontramos na beira da estrada uma lavoura tomada pela invasora e, pior, já soltando a flor.

O problema é levado a sério na fazenda de Ivo Polo. Ele mesmo, ao visitar a lavoura, não dá chance para a erva daninha. Nesta fase da plantação, o controle é manual. Os pés são arrancados um a um. Mas o manejo começa no inverno com culturas como trigo ou aveia, que permitem uma cobertura generosa de palha no solo.

– O produtor, tendo um manejo cultural, que seria a palhada, além do controle no inverno, pré-dessecação, trabalhando com grupos químicos diferentes, usando produtos de pós e pré emergência diferentes, pode ter um controle bem melhor – fala Sidarta Palma, engenheiro agrônomo.

Problemas como o da buva são os desafios para a biotecnologia na agricultura. É o que pensa Ilário Caglioni, engenheiro agrônomo da Emater de Pato Branco (PR), especializado em manejo de pragas e invasoras com redução do uso de agrotóxicos.

– O governo deveria investir muito dinheiro nisso, porque é a sobrevivência do nosso planeta – diz  Ilário João Caglioni.

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