A confirmação de focos em Alto Araguaia, na região Sudeste, e em Lucas do Rio Verde, no Médio-Norte, colocou os produtores em alerta. Em uma fazenda na Serra da Petrovina, que produz sementes de soja, a preocupação com a doença é grande.
Nos municípios onde a ferrugem já foi confirmada, a apreensão é ainda maior. O produtor rural Jacson Marlon Niedemeier vai cultivar 4 mil hectares de soja em Alto Araguaia e já semeou 70% da área. Antes mesmo de concluir do plantio, vai realizar a primeira aplicação de fungicidas.
Os primeiros casos registrados nesta safra em Mato Grosso não foram identificados em lavouras, mas em plantas conhecidas como guaxas ou tigueras. Segundo especialistas, em se tratando de ferrugem, a permanência destas plantas vivas é uma grande ameaça para as áreas comerciais, pois elas criam condições para a instalação e propagação do fungo causador da doença.
E o problema é que elas são encontradas com facilidade, principalmente nas margens de rodovias. Na entrada de Alto Araguaia, por exemplo, uma minilavoura se desenvolve ao lado da pista.
Há 30 anos o técnico agropecuário York Barros Bodevan presta assistência a fazenda da região. Ele diz que é comum ver plantas semelhantes ao longo da estrada e em pátios de terminais de transbordo de grãos.
A presença das plantas tigueras vivas durante o período do vazio sanitário, entre 15 de junho e 15 de setembro, foi o principal ingrediente para a aparição precoce da ferrugem. Por isso, os agricultores cobram com urgência uma maneira de eliminar constantemente as guaxas.