O produtor rural Luiz Carlos Schneider, que plantou um mil hectares de soja em Jaciara, no sudeste de Mato Grosso, avalia que, até agora, a safra não apresenta problemas.
A produtividade das lavouras precoces, de 55 sacas por hectare, ficou dentro do esperado. As plantações de ciclo médio também devem ter um bom rendimento. Se o desempenho no campo é satisfatório, da porteira para fora é animador. Schneider vendeu antecipadamente 60% da produção a um preço muito acima dos custos: cerca de R$ 60,00 a saca.
Se a venda antecipada foi um bom negócio, o futuro do restante da produção ainda é incerto para o agricultor, que não acredita em novas altas nas cotações do grão.
Nas últimas safras, a comercialização antecipada da produção se tornou uma estratégia bastante usada pelos agricultores de Mato Grosso, mas ainda há aqueles mais cautelosos, que geralmente preferem aguardar a colheita das lavouras para dar início às negociações. Para esses produtores, o momento agora é de definição. Por isso, estão atentos no campo e no mercado da commodity.
Já o primo de Luiz, Carlos Alberto Schneider, apostou na venda antecipada há algumas safras, mas hoje diz andar na contramão das tendências do mercado. Segundo ele, as empresas têm mais informações que os agricultores e, todas as vezes em que tentou negociar antecipadamente, saiu perdendo.
Mesmo avesso à essa estratégia, o agricultor reconhece que não resistiu às boas cotações antes da semeadura e vendeu uma pequena parte da produção. O restante ele irá comercializar apenas depois da colheita. Para o produtor, a possibilidade de que os agricultores dos Estados Unidos enfrentem uma nova seca este ano pode ser a confirmação de que fez a escolha certa.