A lavoura já está florescendo, mas as plantas não atingiram metade do tamanho esperado devido à falta de chuvas. Uma plantação da região ilustra bem o que acontece em pelo menos 20% das áreas cultivadas com soja. A plantação é precoce, foi semeada em novembro e enfrentou mais de 20 dias de seca. No último sábado, voltou a chover na fazenda, cerca de oito milímetros, mas isso não deve ser suficiente para evitar a quebra provocada pela estiagem prolongada.
Na última safra, por exemplo, o dono da plantação conseguiu colher em um talhão 75 sacas por hectare. A expectativa agora, em função da seca, é bem menor. Não deve ultrapassar as 40 sacas por hectare.
Em outra propriedade, o veranico foi menos intenso e o desenvolvimento da soja está melhor. Mesmo assim, as perdas nas áreas precoces devem ser grandes. E elas representam 440 dos 1930 hectares semeados.
O gerente de produção da fazenda, Pedro Berto, lembra que no ano passado a região também sofreu com a falta de chuvas. Só que o problema aconteceu na fase final do ciclo, atingindo as plantações mais tardias. Algumas produziram apenas 18 sacas por hectare.
Apesar da preocupação com o futuro da atual safra, quem aposta no oeste baiano não esconde o otimismo com a região. Terras altas, boa luminosidade e chuvas geralmente bem distribuídas são alguns dos atrativos.
No cerrado baiano, um grupo planta 81 mil hectares. Mais de 60 mil são de soja. No ano passado, o grupo ampliou em 2 mil hectares a área de soja na Bahia. Para 2013, a meta é avançar mais 1,5 mil hectares. E este tipo de investimento retrata a realidade ainda promissora desta fronteira agrícola.
Nesta safra, as lavouras de soja no oeste baiano cresceram 11% e ocupam 1,280 milhão de hectares. Segundo o secretário de Agricultura da cidade de Luís Eduardo Magalhães, um dos principais municípios produtores de soja na região, ainda há espaço para novos avanços.