O encontro ocorre no Ministério dos Transportes. Ivar Luiz Schmidt, um dos líderes do Comando Nacional do Transporte, disse, ao chegar no ministério, que a principal demanda é reduzir o preço do óleo diesel em R$ 0,50.
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– Se reduzir, a greve para imediatamente – garantiu.
Segundo o representante dos trabalhadores, a criação de um piso para o frete, o que ele chama de frete mínimo, também é uma medida solicitada pela categoria.
– Quando antes o governo aprovar um frete mínimo, mais rápido pode subir os R$ 0,50 do diesel – argumentou, acrescentando que “ninguém mais tem condições de continuar trabalhando. Ninguém trabalha com lucro zero”.
O senador Blairo Maggi (PR/MT) participa da reunião no Ministério dos Transportes. Segundo ele, dentro do governo parece não haver possibilidade de redução em R$ 0,50, como querem os caminhoneiros, no preço do combustível.
– Pelo que o governo diz, não há possibilidade de reduzir – afirmou.
Ele argumentou que o preço do frete respeita a lei da oferta e da procura e que o valor de hoje está baixo porque a safra de soja e de milho foi atrasada em dois meses. O senador ainda argumentou que a elevação do preço do frete pode ser um problema para as exportações brasileiras, que perderiam competitividade.
– Se Chicago cair bastante e os preços dos fretes subirem muito, o Brasil não vende para o exterior – defendeu.
Maggi explicou ainda que o governo trabalha com duas pautas: a prorrogação do programa Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) e a sanção presidencial da lei dos caminhoneiros sem veto. O secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, deve conceder uma entrevista coletiva à imprensa nesta tarde para falar sobre o protesto dos caminhoneiros. O horário, no entanto, ainda não está definido.
AGU consegue liberação de rodovias em seis Estados
A força-tarefa montada pela Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu a liberação das rodovias federais de pelo menos seis Estados. Com as decisões, os representantes de entidades de trabalhadores rodoviários e demais participantes de protestos ficaram proibidos de realizar qualquer bloqueio que impeça a livre circulação de pessoas nas estradas de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Feira de Santana (BA), Porto Alegre (RS) e Pelotas (RS). No entanto, manifestações voltaram em alguns pontos
De acordo com o Procurador-Geral da União, Paulo Henrique Kuhn, o objetivo não é impedir o direito de livre manifestação assegurado pela Constituição Federal, mas evitar que tais atos possam prejudicar a população, o transporte de cargas importantes para o país e o abastecimento de regiões.
– Esse direito de manifestação não pode ser usado de forma abusiva e comprometer a circulação nas rodovias federais, devido à existência de riscos de acidentes, além das cargas perecíveis, inflamáveis e até tóxicas que estão pelas estradas – afirmou.
As decisões consideram que as manifestações, da maneira como estão sendo realizadas, estão dificultando o tráfego de veículos e colocando em risco bens públicos e o bom funcionamento dos serviços prestados.