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No cenário atual da sojicultora brasileira, as táticas de manejo integrado foram negligenciadas e seu uso muito reduzido, contribuindo para um aumento nas aplicações de inseticidas. Esse procedimento desencadeou problemas mais sérios, como populações de insetos resistentes; agressividade de insetos pragas, considerados secundários, como a mosca branca e ácaros, induzidos a ambientes totalmente desequilibrados; e, consequentemente, o aumento dos custos de produção.
Recentemente, a cooperativa COAMO, em parceria com a Embrapa Soja, desenvolveu o projeto MIP-Soja, resultado de uma tecnologia eficiente e sustentável no manejo de percevejos, no atual sistema produtivo da soja.
Esse trabalho foi conduzido nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul durante os anos safras de 2010/2011 e 2011/2012, em 205 lavouras.
Em cada lavoura foram instalados os seguintes tratamentos:
1) MIP – manejo dos percevejos conforme o nível de ação e uso de produtos constantes das recomendações oficiais;
2) Sistema do produtor (SP) – controle segundo os critérios adotados pelo produtores ;
3) Testemunha – área sem controle de percevejos.
Os critérios recomendados pelo MIP-Soja são viáveis no atual sistema produtivo da soja, com destaque para os seguintes aspectos em relação ao manejo dos percevejos:
1) O monitoramento dos percevejos é fundamental na tomada de decisão de controle e deve continuar até a fase de maturação da soja, sendo intensificado nos períodos de ocorrência de maiores densidades populacionais desses insetos na cultura;
2) A qualidade (vigor e viabilidade da semente) da soja obtida no MIP foi idêntica ao do sistema de manejo de percevejos do produtor, porém com menor número de pulverização de inseticidas;
3) A utilização de critérios próprios do agricultor para a tomada de decisão sobre a necessidade de pulverização resultou em aumento de 106% no número de aplicações para o controle de percevejos na safra 2010/2011, e de aproximadamente 50% na safra 2011/2012;
4) As aplicações para o controle dos percevejos antes do início do desenvolvimento de vagens (R3) não resultaram em melhoria da produtividade ou da qualidade dos grãos, e também não reduziram a densidade populacional de percevejos na fase crítica da soja ao dano da praga;
5) A redução da eficiência de controle ocorreu quando as aplicações foram realizadas com densidades populacionais de percevejos muito acima do nível de controle;
6) Em seis das nove regiões estudadas na safra 2010/2011, a intensidade de ataque dos percevejos foi maior nas semeaduras precoces realizadas antes de 16 de outubro.