A chuva tão esperada chega, mas faz pouca diferença.
– Parece que olhando assim vem uma chuva normal, boa, e de repente ela se dissipa e ela não concentra em lugar nenhum. Esta garoa em vez de ajudar acaba favorecendo ainda mais o fungo, a ferrugem. Então isto está causando um sério transtorno para nós da agricultura aqui em Rio Verde – afirma o produtor Sadi Seco.
Sadi plantou quatro mil hectares no final de outubro, na cidade de Rio Verde.
– Em novembro nós tivemos um mês bem tranquilo de chuvas, chovendo normal com ataque de lagarta, mas o pessoal preparado já foi conduzindo, e algumas regiões já faltando chuva – completa o produtor.
A estiagem ocorre no momento do enchimento das vagens, o que é bastante prejudicial. No ano passado, a produção da oleaginosa em Goiás foi de 8,9 milhões. Para esta safra, as estimativas iniciais da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás eram de uma safra de 9,2 milhões de toneladas. Com a seca, a produção do grão no Estado não passará de 8,4 milhões.
O problema começou em dezembro, mês que normalmente chove em média 200 milímetros na região. Em 2013, a situação foi diferente: a chuva ficou bem abaixo do esperado.
– Em dezembro, choveu 60 milímetros só. Então no período reprodutivo da cultura da soja, que vai demandar formação de vagem, enchimento de grão, nós tivemos a deficiência de umidade – conta Sadi Seco.
O resultado foi devastador. A produção terá um volume de 10% a 15% menor.
No ano da maior safra da história do país, os produtores da região de Rio Verde, Jataí e Montividiu não tiveram sorte. Fizeram tudo certo, mas o clima não ajudou.
– É um período que qualquer estresse não há mais retorno. Vai significar a falta de água, não vai permitir a transloucação do nitrogênio, do fósforo, do potássio, outras nutrientes para semente, para o grão. Qualquer estresse neste estágio não há recuperação, há um comprometimento já do rendimento – lamenta o consultor do Soja Brasil, Áureo Lantmann.