As manifestações, organizadas por caminhoneiros e empresários do setor de transportes, começaram na quarta, dia 18, em pontos da BR-163, principal rodovia de escoamento da safra de grãos brasileira. Também foram registradas ações na BR-364 e BR-158, além de rodovias estaduais e outros trechos pontuais.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, neste momento, há em diversos pontos das rodovias federais manifestações de caminhoneiros, e em alguns desses pontos, as rodovias foram bloqueadas.
Segundo a PRF, há também caminhoneiros reunidos em dezenas de postos do país, na tentativa de ampliar as manifestações que já ocorrem em Mato Grosso, em Minas Gerais, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Os Estados onde o movimento está mais forte são no Paraná e em Santa Catarina. As manifestações abrangem a BR-369, próximo à cidade paranaenses de Arapongas; a BR-376, em Apucarana; em Pérola d’Oeste e em dois pontos da BR-163, próximos a Santo Antônio do Sudoeste.
Em Santa Catarina, as manifestações ocorrem nas BRs 153, 480, 282, 158. Os caminhoneiros também protestam em alguns pontos da BR-163 e da BR-116, próximos a Mafra, na divisa com Paraná, e em Papanduva.
Em Mato Grosso, há manifestações nas BRs 163 e 070. Em Minas Gerais, os manifestantes estão em três pontos da BR-381, nos municípios de Perdões, Igarapé, e nas proximidades do trevo de Oliveira. Há protestos ainda no Rio Grande do Sul, na BR-158, próximo a Seberi; na BR-472, em Boa Vista do Buricá; e na BR-285, próximo a Ijuí.
Na última sexta, dia 20, os caminhoneiros de Mato Grosso estiveram reunidos com o governador Pedro Taques. Durante a reunião, o setor pediu a redução da alíquota de ICMS sobre o diesel de 17% para 12% e o balizamento nos fretes. Eles também pedem a revisão da lei que estabelece o cadastro de código de barras junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Nesta segunda, dia 23, está previsto um encontro da classe com o Ministério dos Transportes, em Brasília (DF).
Entidades negam participação em bloqueios de rodovias
Citado como organizador da mobilização dos caminhoneiros contra o aumento no diesel e por reajuste no frete, o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) informou nesta segunda, dia 23, que apenas apoia as ações que resultaram no bloqueio de rodovias em pelo menos seis Estados, mas não participa diretamente de nenhuma ação.
Em nota em seu site, a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) também negou participação nos bloqueios. Segundo a Abcam não está conclamando os caminhoneiros autônomos para participarem de nenhuma paralisação, muito menos para serem o bode expiatório de movimentos motivados por insatisfações políticas de quem quer que seja. E acrescenta que “não lançamos nossos irmãos caminhoneiros em aventuras e quimeras apenas para satisfazer o ego, o ódio e o inconformismo de ninguém”.
Já o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Minas Gerais (Sindtac-MG), Antonio Vander Silva Reis, disse ter tomado conhecimento dos fatos pela imprensa – no Estado, a rodovia Fernão Dias, principal ligação com São Paulo, está bloqueada.
– Nosso sindicato não aderiu e não está tendo participação até porque não foi convidado – disse.
Veja pontos onde ocorrem protestos nesta segunda:
Goiás:
BR-364 – Jataí.
Paraná:
BR-376 – municípios de Arapongas e Apucarana e Pérola D’Oeste.
Rio Grande do Sul:
BR-285 – municípios de Ijuí, Passo Fundo e Mato Castelhano.
BR-392 – Rio Grande.
BR-386 – municípios de Seberi e Sarandi.
BR-472 – municípios de Boa Vista do Buricá.
BR-468 – Palmeira das Missões.
Mato Grosso:
BR-163 – municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.
BR-364 – municípios de Diamantino, Rondonópolis e Cuiabá.
Mato Grosso do Sul:
BR-163 – Dourados.
Minas Gerais:
BR-381 – municípios de Igarapé, Oliveira e Perdões.
Santa Catarina:
BR-470 – Campos Novos.
BR-282 – municípios de Campos Novos, Xanxerê, Nova Erechim, Maravilha e São Miguel D’Oeste.
BR-153 – Irani.
BR-158 – Cunha Porã.
BR-163 – municípios de Guaraciaba e Dão José do Cedro.