Mas de certa forma, o plantio segue adiantado em todas as regiões produtoras, com exceção de Mapitoba, onde devido a essa irregularidade das chuvas e, principalmente, ao medo de novas perdas, os produtores estão avançando mais lentamente com o plantio. Já no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o avanço mais lento é pelo excesso de dias chuvosos. As chuvas torrenciais que vêm ocorrendo nesses Estados têm levado a seguidas paralisações. Desse modo, o Estado gaúcho está com 31% das áreas semeadas, enquanto Santa Catarina está com 60%, valor bem semelhante ao mesmo período do ano passado.
No Centro-Oeste, o plantio já entra na reta final, haja vista que Mato Grosso está com 96% das áreas semeadas, enquanto Goiás está com 85% e Mato Grosso do Sul tem 96% das áreas semeadas. No Paraná, o percentual de área plantada já está em 90%, e com lavouras em bons estados vegetativos.
De uma forma geral, as lavouras não vêm apresentando grandes anomalias que possam vir a causar perdas significativas na produção nacional de soja. Contudo, é fato que essa irregularidade no regime das chuvas tem favorecido uma maior incidência de pragas, como lagartas e percevejos. Porém, os produtores estão conseguindo controlar e combater essas enfermidades. E como há várias lavouras em estagio avançado de desenvolvimento, como florescimento e granação, a preocupação desses produtores começa a ser com a ferrugem asiática. Essa condição de tempo – chuva e temperaturas mais amenas – mantém as condições favoráveis à proliferação da doença.
Agora para essa semana, as condições meteorológicas não sofrerão grandes modificações. Uma nova frente fria atinge o Rio Grande do Sul, onde irá provocar chuvas torrenciais sobre o Estado, paralisando as atividades de plantio. Aos poucos, esse novo sistema irá avançar sobre todas as regiões do Brasil, levando chuvas irregulares e favorecendo tanto o plantio quanto o desenvolvimento das lavouras.
Essa irregularidade das chuvas deverá persistir ao longo de toda a primavera. Somente no verão é que as chuvas voltam a ficar regulares e em bons volumes no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Já no Sul, em especial no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, há possibilidade de ocorrer pequenos períodos de estiagem ao longo do verão, mas nada que possa vir a causar perdas significativas à produtividade das lavouras.
Chuvas fortes atingem também Nordeste e Norte, por conta de áreas de instabilidade que atuam sobre estas regiões. Chove forte na Bahia, sul dos Estados do Piauí e Maranhão, além do Tocantins. Também chove no norte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, cobrindo do Espírito Santo ao Mato Grosso.