Respeitar o meio ambiente e ainda assim alcançar boa rentabilidade no campo. É o verdadeiro conceito de sustentabilidade que o pecuarista Lázaro Borges da Silva está conseguindo aplicar na prática. Há três anos, cria vacas leiteiras em uma pequena propriedade, em Acorizal. Quando comprou a área, o pasto degradado e a baixa capacidade de engordar os animais eram os principais obstáculos. Os investimentos em genética e na irrigação de apenas 11 hectares começaram a resolver o problema.
– Consigo colocar até 16 animais por hectare, enquanto anteriormente a média era apenas um animal – relata.
No total, o sítio tem 72 hectares, 12 estão preservados. As margens de um rio e de uma lagoa são protegidas por cercas de arame liso, que evita a entrada do gado, que quando não está pastando, é fácil de ser encontrado. As sombras das árvores também foram mantidas nas áreas de pastejo.
Apesar de ter conseguido ampliar consideravelmente a produtividade sem precisar derrubar uma árvore a mais, o pecuarista sabe que para ficar definitivamente em dia com as exigências ambientais terá que recuperar pelo menos 13 hectares, que já estavam abertos quando ele adquiriu a propriedade. O produtor aguarda apenas a definição sobre o novo Código Florestal Brasileiro para decidir como irá desenvolver o projeto.
Como na região a reserva legal precisa somar 35% do terreno, ele já identificou as áreas que podem ser destinadas à recuperação. Aguarda apenas o fim das discussões sobre a nova legislação ambiental, para decidir o que é melhor: recuperar a propriedade ou optar pela compensação.
A expectativa do pecuarista retrata o que acontece com outros produtores em Mato Grosso. Por isso, a aprovação do texto base do novo Código no Senado foi comemorada pelas lideranças do setor.
O setor também considera importante a possibilidade de impor barreiras comerciais a produtos originados em países que não tenham exigências ambientais compatíveis com as brasileiras. Mas defende a utilização estratégica da medida, caso seja aprovada.
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