A tecnologia e biofábricas em propriedades rurais no Paraná estão se tornando grandes aliadas dos produtores, principalmente em situações de seca. Em Goioerê, distante cerca de 530 quilômetros de Curitiba, estratégias adotadas pelo agricultor Eduardo Costa Cassiano o auxiliaram a colher até 10 sacas a mais por hectare em relação à média da região nas lavouras de milho.
Neste quinto episódio do programa especial Mais Milho, o apresentador Glauber Silveira visita a Fazenda Esteirinha, em Goioerê, no Paraná, e conta a história da propriedade que antes era dedicada à pecuária e hoje é referência em produção de milho no país.
A história e todo o trabalho desenvolvido na propriedade faz parte da sétima edição do Projeto Mais Milho, realizado pelo Canal Rural em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT).
“A fazenda vem do meu avô. Em 1971 ele adquiriu a área aqui no Paraná. A nossa origem é de Batatais, interior de São Paulo, e era da pecuária”, conta Eduardo.
Segundo o produtor, diante de ameaças de invasões de terras em áreas vizinhas ele decidiu abrir algumas áreas da propriedade para a reforma de pastagem e assim foi inserindo a agricultura no local.
Após um tempo, ao fazer as contas, percebeu que pecuária não estava mais proporcionando a rentabilidade de antes e que diante da mudança de perfil da região para a agricultura necessitava ir até mesmo para o Mato Grosso do Sul buscar insumos para o gado, elevando ainda mais os custos.
“Eu comecei aqui em 1997 essa abertura e em 2001 nós construímos o armazém, até que há dois anos abrimos toda a fazenda e hoje ela é totalmente agricultura”, conta ele que faz soja na primeira safra e milho em consórcio com a braquiária na segunda safra.
Tecnologia e biofábricas proporcionam alta produtividade
O objetivo do consórcio de milho com braquiária, explica Eduardo, é a melhora no perfil do solo que a forrageira proporciona.
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Conforme Eduardo, tal melhora no perfil do solo, aliada ao emprego de tecnologias, adubação e da biofábrica existente na propriedade, tem auxiliado no ganho de produtividade nos últimos anos.
Somente na soja nesta safra 2022/23 ele revela ter colhido 83 sacas por hectare em média, volume superior do colhido no ciclo 2020/21 que havia registrado entre 65 e 70 sacas por hectare. Na temporada 2021/22 em decorrência a seca severa registrada no Paraná, a maior da história, a média foi de 30 sacas por hectare.
“Nós optamos por não reduzir a tecnologia nesta safra”, pontua ao destacar que a fertilidade do solo e o clima foram alguns dos fatores para o resultado nesta temporada na oleaginosa.
Em relação ao milho, na safra 2021/22 o registro foi de uma média de 110 sacas por hectare. “O que ajudou a acertar as contas. Foi uma produtividade muito boa, porque não tivemos milho plantado em janeiro. O que aconteceu esse ano de novo por causas diferentes. Esse ano foi excesso de chuva na colheita [soja]. Nós, inclusive, estamos com o milho um pouco mais atrasado do que o ano passado”, diz ao citar preocupação diante dos riscos de geada nesta época.
De acordo com Eduardo, é preciso estar sempre em busca de inovação e novas tecnologias que proporcionem ganho em produtividade e rentabilidade e que ainda minimizem os custos de produção.
“Nós tivemos três anos de seca aqui no Paraná e tivemos uma das maiores produtividades no ano retrasado. Aqui mesmo com a seca, onde nós vimos aquela diferença entre produtores e vizinhos, chegou a dar mais de 10 sacas por hectare”.
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