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Argentina busca protagonismo no agro e quer sair da fila no futebol

Importante produtor de soja, trigo, carne, vinho e pescados, país tenta se consolidar como exportador de alimentos. Dentro das quatro linhas, seleção alviceleste tenta sair de fila de mais de 30 anos

Fonte: Ministerio de Agroindustria

A Argentina é um país com grande potencial agrícola, sendo o terceiro maior produtor de soja do mundo, atrás apenas de Brasil e Estados Unidos. Apesar disso, a agropecuária constitui apenas 18% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que tem 53% de suas terras ocupadas por propriedades rurais.

A região dos pampas argentinos é conhecida pela pecuária. Há indícios de que as primeiras cabeças de gado teriam sido introduzidas na região por volta de 1580. Mais ao norte, na região de Misiones, há um longo histórico do cultivo da erva-mate.

Com o crescimento do livre comércio no século 18, a Argentina se tornou uma grande exportadora de gado. Por muitos anos, essa foi a base da economia agropecuária do país, com a venda de produtos como couro, carne enlatada, sebo e lã.

Foi somente no século 20 que os argentinos começaram a investir na agricultura. Sobrevivendo a uma crise econômica após a outra, o setor acabou por ganhar destaque sobretudo no início dos anos 2000, quando a soja se tornou a protagonista do agronegócio argentino.

Maior exportador mundial de óleo de soja, a Argentina também é uma potência na produção de trigo e um importante parceiro comercial do Brasil. Em 2017, os argentinos enviaram para o nosso mercado US$ 967,24 milhões em trigo, o que representa 10% do total importado.

Complementando a lista de principais produzidos pela Argentina estão milho, arroz, cevada, uva, tabaco, algodão e leite.

Atualmente, o país ocupa a 7ª posição entre os maiores produtores de alimento do mundo e é considerado o 13º maior exportador. Segundo o Ministério da Agricultura local, o país pretende, até 2020, aumentar a capacidade de produção de alimentos para atender 600 milhões de pessoas em todo o mundo.

Vinho reconhecido

No século 19, o país platino começou a apostar no cultivo da uva malbec. Chamada de côt noir na França, a variedade foi levada para os campos da região de Mendoza e não demorou muito para se adaptar. Por fim, acabou se tornando a uva símbolo da produção vinícola argentina.

Com uma vista de tirar o fôlego para a cordilheira dos Andes, os vinhedos de Mendoza abrigam várias vinícolas, que exportam a bebida para o mundo inteiro.

Pesca

Com uma costa marítima privilegiada, o país possui mais de mil navios pesqueiros que capturam, anualmente, cerca de 760 mil toneladas de mais de cem espécies de pescados.

Em um balanço feito em 2015, a Argentina informou que exportou 460 mil toneladas para destinos como Espanha, China, Estados Unidos, Japão, Itália e Brasil.

Balança comercial

As exportações totais argentinas somaram US$ 129 bilhões em 2016. As principais produtos do agronegócio exportados foram farelo de soja (US$ 10,5 bilhões); milho (US$ 4,54 bilhões); óleo de soja (US$ 4,45 bilhões); e soja em grão (US$ 3,54 bilhões).

Os principais compradores de artigos do país são Brasil (US$ 9 bilhões); Estados Unidos (US$ 4,48 bilhões);  China (US$ 4,43 bilhões); Vietnã (US$ 2,55 bilhões); e  Chile (US$ 2,3 bilhões).

No futebol

A seleção argentina é uma das mais emblemáticas do futebol mundial. Finalista da última Copa do Mundo, quando foi derrotada pela Alemanha, os “hermanos” já triunfaram duas vezes e ergueram a taça nos anos de 1978 e 1986.


Diego Maradona ergue a taça da Copa do Mundo de 1986, no México

A primeira conquista ocorreu em casa, em uma Copa conturbada pelo momento político vivido pelo país, ainda sob a ditadura militar, pelo regulamento controverso e ainda sob a suspeita de combinação de resultado – na segunda fase, a partida entre Argentina e Peru terminou com incríveis 6 a 0 para os anfitriões.

Como o Brasil havia ganhado da Polônia por 3 a 1, horas antes, os argentinos entraram em campo sabendo que precisariam ganhar de, pelo menos, quatro gols de diferença. O fato de o goleiro peruano ser argentino de nascimento levantou ainda mais suspeitas sobre a partida. Na final, a Argentina derrotou a sensação de 1974, a Holanda, pelo placar de 3 a 1 e sagrou-se campeã.

O bi-mundial veio oito anos depois, na Copa do México. Com o meia-campista Diego Armando Maradona em sua melhor fase, os argentinos conquistaram um título fora de qualquer contestação. Com partidas memoráveis, o camisa 10 da seleção alviceleste conquistou a taça praticamente sozinho e entrou para a história com um dos jogos mais emblemáticos de todos os tempos.

Foi no dia 22 de junho, na Cidade do México, que a seleção Argentina enfrentou a poderosa Inglaterra pelas quartas de final. Poucos anos após o final da Guerra das Malvinas – conflito entre os dois países que terminou com a vitória britânica e centenas de baixas por parte dos argentinos –, foi a vez de o time comandado por Maradona mostrar a superioridade dentro das quatro linhas.

Com um gol de mão, que ficou conhecido mundialmente como “la mano de Dios” (a mão de Deus, em espanhol) e outro no qual o camisa 10 driblou metade do time inglês e fez o que foi considerado o gol mais bonito da história das Copas, Maradona consagrou-se como o maior jogador da história da Argentina – até agora.


Cinco vezes eleito o melhor do mundo, Lionel Messi é o principal jogador da Argentina 

Para 2018, a esperança dos argentinos está inteiramente depositada em Lionel Messi, eleito o melhor jogador do mundo em cinco oportunidades. O novo camisa 10 já é considerados pela maioria dos especialistas como maior do que o próprio Maradona. Para garantir o seu lugar na história, o único título que falta a Messi é o de campeão pela seleção nacional. A Rússia, provavelmente, será a última oportunidade para o jogador atuar em alto nível.

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