Um país de dimensões continentais, grande exportador de carne e que, no futebol, entra em campo com camisa amarela. Poderia ser o Brasil, se não fosse a presença dos cangurus, símbolo máximo da Austrália. O país da Oceania é um importante produtor de proteína animal e de trigo, apesar de ter apenas 3,6% da sua força de trabalho focada na agropecuária e de boa parte do território ter recursos hídricos bastante limitados.
De acordo com o governo local, cerca de dois terços da produção agropecuária do país são destinados à exportação. Outra dado impressionante é o crescimento econômico contínuo registrado há mais de 20 anos. Como uma das estratégias para atingir esse resultado, a Austrália mantém diversos acordos de livre comércio, principalmente com países da Ásia. A proximidade geográfica com o populoso continente asiático e com grandes compradores do Pacífico é uma vantagem adicional para o comércio internacional.
A carne bovina é o principal produto de exportação do agronegócio. A Austrália investe pesado na imagem de produtora de artigos de qualidade, rastreados e sustentáveis, fugindo assim da “carne commodity” e obtendo assim remuneração mais vantajosa. A forte seca que atingiu o país entre 2014 e 2016 afetou sensivelmente o tamanho do rebanho e as exportações do setor. Ainda assim, a Austrália mantém embarques anuais beirando 1 milhão de toneladas, tendo como principais clientes mercados exigentes, como Estados Unidos e Japão.
Outro segmento importante do agro australiano é a ovinocultura. Por um longo período, a principal finalidade da criação foi a obtenção de lã. Mas, com a mudança do mercado de fibras, que passou a dar preferência a fibras sintéticas, o setor se voltou para a produção de carne de cordeiro para exportação.
Apesar de o agronegócio australiano ser bem-sucedido no geral, ainda é preciso desenvolver a atividade em algumas áreas. Por essa razão, o governo divulgou no ano passado um programa para incentivar a atividade agropecuária em áreas na porção norte do país, que é pouco povoada. Para tentar atrair investimentos estrangeiros, a Austrália promete destinar US$ 3,7 milhões para obras de infraestrutura até 2020 para aumentar a produção agrícola e pecuária na região.
Na relação comercial com a Austrália, o Brasil mais importa do que exporta. Em 2017, os embarques brasileiros para lá resultaram num total de US$ 464,7 milhões, enquanto os australianos receberam US$ 1,36 bilhão pela venda de produtos para nosso mercado. O maior gasto do Brasil é com a compra de hulha, uma espécie de carvão mineral. Já a Austrália, entre os produtos do agro, adquire em maior quantidade café cru em grão, suco de laranja congelado e celulose.
No futebol
Os “Socceroos” – combinação de soccer (futebol, em inglês) e kangaroos (cangurus) –, como são chamados os jogadores da seleção australiana de futebol, tiveram o melhor desempenho numa copa do mundo em 2006, na Alemanha. Lá, eles conseguiram chegar até as oitavas de final, mas foram eliminados pela Itália, a campeão daquele ano.
Os “Socceroos” tiveram melhor desempenho em copas em 2006
Na última copa, realizada aqui no Brasil, o time ficou devendo: foram três derrotas nas três partidas jogadas. Por conta do retrospecto, a Austrália é o grande azarão do grupo C, que também abriga França, Peru e Dinamarca.
O artilheiro dos Socceroos é o veterano Tim Cahill, de 38 anos, que já atuou em três outras copas e fez 50 gols pela selação. O meia jogava pelo Millwall, da segunda divisão da Inglaterra, mas foi dispensado recentemente.